Chuva registrada em Tangará da Serra não foi suficiente para por fim ao racionamento de água; rio está baixo

Fonte: TV Centro América

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Foto: TVCA/Reprodução

Moradores de Tangará da Serra, a 242 km de Cuiabá, continuam com problemas de abastecimento de água. Segundo eles, os bairros como Jardim Nazaré e Jardim São Luiz estão sem receber água tratada. Nesta sexta-feira (4), a cidade completou 19 dias de racionamento de água.

De acordo com o Serviço Autônomo Municipal de Água e Esgoto (Samae), o racionamento começou desde o dia 16 de setembro. O fornecimento é dividido por setores, que estão sendo abastecidos alternadamente.

Os moradores do Bairro Jardim São Luiz disseram que a água não está subindo para a caixa das residências e eles estão tendo que improvisar para conseguir água.

Lairce Barbosa, de 62 anos, explica que há duas semanas a rotina dela está sendo estocar água em baldes para conseguir fazer as demandas domésticas de casa e as necessidades pessoais que precisam do uso de água.

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“A gente dá descarga usando balde com água e para tomar banho também e lavar a louça a gente pega água no tanque (de lavar roupas), porque a água não chega no chuveiro e nem na pia da cozinha. Uso a água da lavagem de roupa para limpar a casa e a área externa. Há 15 dias venho com essa luta e não é só eu”, contou a dona de casa.

A garçonete Andressa Rodrigues contou que não tem caixa de água em casa e que conta com a sorte, pois o abastecimento acontece em dias alternados por causa da vazão fraca e o pouco que chega não é o suficiente para suprir as necessidades de casa e da família.

O Rio Queima-Pé que abastece a cidade está quase assoreado. Essa situação se deve à falta de chuva forte há mais de 150 dias na cidade.

De acordo com o diretor do Samae, Wesley Lopes Torres, o racionamento foi decretado no dia 13 de setembro e começou a ser praticado a partir do dia 16.

O racionamento de forma alternada é uma situação que a empresa nunca tinha sido feita, mas foi o método utilizado para achar o ponto de equilíbrio para continuar a distribuição de água.

Ainda segundo o diretor, na primeira semana do racionamento teve dificuldades com o abastecimento. Equipes do serviço de abastecimento vai fazer uma manobra técnica para melhorar o abastecimento no Bairro Jardim São Luiz, por conta de várias reclamações recebidas.

Questionado sobre caminhões-pipa, o diretor explicou que as casas estão recebendo água pelo cavalete e que não está sendo necessário o envio de caminhões. E afirmou que nesta terça-feira a equipe irá fazer uma operação para melhorar o abastecimento no bairro.

Wesley ainda afirmou que a conta de água não tende a aumentar porque o consumo é medido pela água que passa pelo hidrômetro. A forma de cobrança é por volume de consumo e não por dia.

A chuva registrada na cidade há alguns dias ajudou a aliviar a temperatura, aumentar a umidade relativa do ar, o consumo diminui, esses foram os reflexos positivos da pouca chuva que atingiu a cidade. Para o abastecimento, a chuva não foi suficiente, pois era preciso cerca de 80 milímetros de volume de chuva para o rio começar a aumentar a vazão de água.

Desde a última chuva, de aproximadamente 30 milímetros, a vazão do rio diminuiu. O que está sendo usado para o abastecimento da cidade é o volume da represa que é executado desde o ano de 2017. A previsão é que venha uma quantidade numerosa de chuvas e que ajude a aumentar o nível de água dos reservatórios, segundo Wesley.

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As orientações do Samae é que os moradores continuem economizando água e use métodos de reciclagem, como reutilizar água de lavagem de roupas, usar baldes para lavagem, varrer os locais sujos e ir improvisando de acordo com o possível.