Flu lucra R$ 1 milhão com Fabinho e mantém aposta em Wallace e Julião. A notícia publicada em junho de 2012 ainda causa uma pulga atrás da orelha de muitos tricolores. Hoje Fabinho já não é mais um lateral, como Wallace e Igor Julião. Ao longo desse intervalo de sete anos, ele virou volante até se tornar peça fundamental no Liverpool que venceu a última Liga dos Campeões. Um negócio que se mostraria ruim para o Fluminense, mas bom para o jogador.
– Acho que sim (poderia ter mais espaço no Fluminense). Na época do Fluminense, já tinha dois laterais no profissional. Tinha um da base, o Wallace, e então deram prioridade a ele. Eu tinha feito uma Copinha muito boa, esperava ir para o profissional, mas não subi. Então, acho que, quando apareceu a oportunidade de vender um jogador da base, que não tinham a intenção de subir, eles aproveitaram – disse Fabinho, em entrevista ao GloboEsporte.com.
“Acho que me dei bem nessa. Saí cedo para a Europa, tive boas oportunidades lá e soube aproveitá-las”, completou o volante.
Fabinho tinha 18 anos à época, e a venda para o Rio Ave, de Portugal, foi definida em R$ 2 milhões, dos quais o Tricolor, dono de 50% dos direitos econômicos do jogador, teve direito à metade. Mas há quem tenha o que comemorar com o sucesso do jogador nos gramados europeus. Recente matéria do jornal “El País” mostrou que o Paulínia, clube que o formou no interior de São Paulo até a saída para o Fluminense, foi salvo pela venda de € 50 milhões (cerca de R$ 215 milhões na cotação da época) do volante do Monaco para o Liverpool.
Explica-se: o clube do interior paulista, fechado desde 2015, conseguiu pagar suas dívidas graças ao mecanismo de solidariedade da Fifa, com os 2% que tem direito como clube formador. De acordo com os números do “El País”, o Paulínia recebeu embolsou cerca de R$ 420 mil com a ida do volante para o Monaco em 2015 e mais R$ 4 milhões, de forma parcelada, com a transferência para a Inglaterra. Com as dívidas pagas por conta da bolada, o clube cogita hoje retomar as atividade, e o jogador se mostra satisfeito com a ajuda indireta.
– Fiquei sabendo que (a transferência) ajudou o Paulínia a pagar dívidas. Vi alguns amigos no fim de semana passada e disseram que receberam o que o Paulínia estava devendo para eles. Foi bom. A venda foi positiva, porque estão pensando até em reabrir as portas. Fiz minha base inteira lá e o clube ajudou outros jogadores. O Gabriel, do Corinthians, também saiu de lá. Fico feliz de ajudar de alguma maneira e espero que o clube se reerga. Já fez o mais importante, que foi se livrar de todas as dívidas – disse Fabinho.
Números na carreira
- 351 jogos
- 38 gols
- 19 assistências
Fabinho, aliás, credita ao Paulínea sua versatilidade dentro de campo. Ele conta que foi testado como volante pela primeira vez por Leonardo Jardim na vitória do Monaco sobre o Arsenal, dentro de Londres, em um duelo pela Liga dos Campeões de 2014/15. Na temporada seguinte, já consolidado como volante, ajudou o time do principado a chegar às semifinais da Champions.
– Isso (saber jogar em várias posições) eu aprendi cedo no Paulínia. Eles trabalhavam muito isso. Sou grato a eles por desenvolverem em mim. No Monaco, com o Leonardo Jardim, ele viu que eu tinha facilidade de mudar de posição. Mesmo jogando de lateral, eu caia bem pelo meio, tinha um bom passe. Ele testou um dia num amistoso, acho que fiz um gol, e ele passou a me usar assim em jogos avulsos – disse o brasileiro, com 351 jogos, 38 gols e 19 assistências na carreira.
“Concordei (com o Jardim) porque era uma posição que eu sempre gostei e, hoje acho que foi uma boa escolha ter ido para o meio”.
Ele jogou 5 temporadas no Monaco, entre 2013 a 2018, e é o segundo estrangeiro com mais jogos na história do clube. Foram 251 partidas, 34 gols e 14 assistências – além do título francês em 2017 e dois vices. No Liverpool, disputou 41 dos 53 jogos oficiais (77%) que o Liverpool fez na grande temporada do clube no século. Terminou como vice-campeao inglês com pontuação recorde (97) e campeão da Liga dos Campeões.
