Calor e poluição aumentam risco de infarto, diz estudo. Especialista explica como se prevenir

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No início de julho o planeta Terra bateu, por dois dias consecutivos, recorde de temperatura média já registrada, atingindo 17,18°C o que chamou a atenção mundialmente, no entanto, essas altas temperaturas aliadas a recordes de poluição atmosférica também podem trazer problemas de saúde.

De acordo com um novo estudo, publicado pela revista científica Circulation esta semana, o calor extremo e a exposição a altos níveis de poluição estão relacionados com um risco aumentado de infartos.

O estudo estudou 202.678 mortes cardíacas na China entre 2015 e 2020, de acordo com os pesquisadores, durante momentos de onda de calor, o risco de infartos chegou a aumentar 74%.

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O que explica a relação entre calor e infarto?

De acordo com o médico cardiologista Dr. Roberto Yano a relação pode ser explicada pela desidratação, dilatação arterial e maior esforço cardíaco para manter temperaturas fisiológicas.

“Sabe-se que o calor faz dilatar os vasos sanguíneos, o que pode levar a uma queda na pressão arterial, além do normal. Esses episódios de hipotensão, podem reduzir o fluxo de sangue ao coração, e ao cérebro, e em alguns casos isso pode levar a tontura, desmaios, baixo fluxo coronariano e até arritmias cardíacas”.

“Outro fator importante a ser considerado é a desidratação. Em dias com temperaturas mais elevadas é comum ocorrer suor excessivo e a falta de ingestão de líquidos, o que faz com que a viscosidade do sangue aumente, aumentando o risco de infarto, em pessoas já propensas e com condições pré existentes” Explica Dr. Roberto Yano.

Como a poluição impacta a saúde vascular?

O relatório dos pesquisadores também afirma que até 2,8% das mortes cardíacas estavam relacionadas, além dos altos níveis de calor, a níveis de poluição que excediam as diretrizes internacionais de qualidade do ar estabelecidas pela Organização Mundial da Saúde.

Existem evidências que reforçam que partículas de poluição presentes no ar podem desencadear vasoconstrição arterial, o que contribui para gerar um risco aumentado de derrame e infarto do miocárdio.

É possível prevenir?

“As principais indicações nesses cenários é que seja feita a ingestão frequente de água para evitar a desidratação e, sempre que possível, evitar a exposição a altas temperaturas durante períodos prolongados e locais com muita poluição do ar”.

“No caso de pessoas com condições pré existentes, como hipertensão, diabetes, colesterol alto, ou que tenham mais de 40 anos de idade é importante realizar suas consultas cardiológicas regularmente, e manter sempre suas medicações em dia” Afirma Dr. Roberto Yano.

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Dr. Fabiano de Abreu Agrela Rodrigues, Colunista do Cenário MT é um Pós-doutor e PhD em neurociências eleito membro da Sigma Xi, The Scientific Research Honor Society e Membro da Society for Neuroscience (USA) e da APA - American Philosophical Association, Mestre em Psicologia, Licenciado em Biologia e História; também Tecnólogo em Antropologia com várias formações nacionais e internacionais em Neurociências e Neuropsicologia. É diretor do Centro de Pesquisas e Análises Heráclito (CPAH), Cientista no Hospital Universitário Martin Dockweiler, Chefe do Departamento de Ciências e Tecnologia da Logos University International, Membro ativo da Redilat, membro-sócio da APBE - Associação Portuguesa de Biologia Evolutiva e da SPCE - Sociedade Portuguesa de Ciências da Educação. Membro Mensa, Intertel e Triple Nine Society, sociedades de pessoas com alto QI.