Como a principal cerveja dos Estados Unidos perdeu espaço para uma marca mexicana

Fonte: CENÁRIOMT COM G1

Como a principal cerveja dos Estados Unidos perdeu espaco para uma marca

cerveja Bud Light, fabricada pela companhia Anheuser-Bush InBev, perdeu o posto de mais vendida dos Estados Unidos em maio deste ano para uma marca estrangeira.

Agora, a mais nova queridinha dos consumidores norte-americanos é a mexicana Modelo Especial, da companhia Constellation Brands.

Segundo os executivos da empresa, ultrapassar a Bud Light já era previsto. Isso aconteceu, no entanto, “mais rápido do que o esperado”, disse o vice-presidente da companhia, Jim Sabia, conforme o jornal britânico “Financial Times”.

A Bud Light foi a cerveja mais vendida dos Estados Unidos por mais de duas décadas.

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Afinal, o que fez a principal cerveja do país perder espaço?

Uma série de fatores ajudam a explicar esse movimento. Um deles tem relação direta com um caso de grande repercussão, em abril deste ano, que fez as vendas da Bud Light despencarem.

As perdas foram consequência do boicote de conservadores norte-americanos contra uma ação publicitária da Bud Light com uma influenciadora transexual. Na ocasião, as articulações dos conservadores geraram, em uma semana, queda de 17% em vendas da cerveja.

Apesar do forte impacto na marca, esse não foi o único fator que colaborou com a perda da predominância da Bud. Também entra nessa equação a grande influência da mudança do comportamento dos consumidores no país.

Esse movimento ocorreu em pelo menos dois aspectos:

  1. o aumento da preferência por destilados, cervejas artesanais e drinques prontos;
  2. e a influência do consumo de latinos e hispânicos com idade legal para beber.

Preferências

Dados compilados pelo “Financial Times” mostram que o setor de bebidas dos Estados Unidos tem percebido, pelo menos desde 2010, uma queda no número de vendas de cervejas industrializadas. Enquanto isso, opções como as cervejas artesanais, destilados, vinhos e drinques prontos (enlatados, por exemplo) vêm em uma crescente.

O consumo da cerveja tradicional, produzida em larga escala, caiu de 24,6 bilhões de litros em 2010 para 24,1 bilhões de litros no país em 2022 — um recuo de 500 milhões de litros.

Por outro lado, as cervejas artesanais e os drinques prontos, por exemplo, cresceram 1,6 bilhão de litros e 1,9 bilhão de litros, respectivamente, no mesmo período.

Para analistas ouvidos pelo jornal norte-americano “The New York Times”, além de os norte-americanos estarem bebendo menos cerveja, eles estão procurando por opções mais caras — o que inclui as importadas.

Esse comportamento é percebido especialmente no público jovem, que tende a querer cervejas novas ou diferentes das consumidas pelas gerações anteriores.

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Redatora do portal CenárioMT, escreve diariamente as principais notícias que movimentam o cotidiano das cidades de Mato Grosso. Já trabalhou em Rádio Jornal (site e redação).