Pressão por passar no Enem pode desencadear ansiedade e transtornos alimentares

A avaliação é uma das principais formas de ingresso no ensino superior e o receio de não alcançar a nota necessária passou a ser gatilho para uma intensa carga emocional

Fonte: CenárioMT

Enem
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Faltam apenas dois dias para a tão esperada prova do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Mais de 57 mil pessoas de Mato Grosso se inscreveram para os testes de conhecimento e seleção que acontecem nos dias 13 e 20 de outubro. A avaliação é uma das principais formas de ingresso no ensino superior e o receio de não alcançar a nota necessária para aprovação passou a ser gatilho para uma intensa carga emocional para os adolescentes e jovens adultos que realizam a prova.

É comum surgirem sentimentos e comportamentos ligados ao estresse, como tensão, irritabilidade, insegurança, inquietação, dúvidas, dificuldade de concentração, problemas no sono e na alimentação e, certamente, muita ansiedade. A depender do nível de maturidade e resiliência de cada pessoa, pode chegar a quadros depressivos ou de outros transtornos como os alimentares.

De acordo coma psicóloga Luciene Bandeira, não há um padrão único de sintomas, mas o estresse que antecede a prova pode incluir cansaço físico e mental, apatia e desânimo, preocupação excessiva, tiques nervosos (como roer as unhas), alterações de humor, irritabilidade excessiva, taquicardia, sentimento de solidão e isolamento, alergias, queda de cabelo, problemas de pele, comportamento de fuga das responsabilidades e busca de relaxamento por meio de substâncias.

“Esses sintomas podem atrapalhar a performance na prova, já que afetam a memória e concentração, além dos desconfortos físicos como dor de cabeça, de barriga, tontura e náuseas. Quando geram sofrimento psicológico é importante buscar o apoio de um profissional de psicologia, que pode ser muito útil para o desenvolvimento de estratégias de enfrentamento”, explica Luciene.

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Com um pouco de técnica, o candidato ao Enem pode amenizar a ansiedade e o estresse antes da prova. Para que se preparou, mas está tenso com a proximidade do Enem o recomendado é identificar sentimentos e situações que geram a ansiedade e questionar se correspondem à realidade. É importante compreender que a ansiedade e o estresse fazem parte do processo, e buscar se concentrar no fato de estar preparado.

Evitar especulações improdutivas também é dica dada pela psicóloga. “Será que?”, “e se?”, “como vai ser?”, não ajudam pois não há como saber o que ainda não aconteceu. É preciso rebater todas essas especulações se mantendo focado no aqui e agora.

Fazer um plano de estudos também ajuda aliviar a tensão. O candidato precisa dirigir o foco ao processo de preparação para a prova. Organizar seu espaço de estudos, pois um local desorganizado favorece a ansiedade.

Descanse e cuide da sua saúde também é fundamental. É preciso estabelecer intervalos e momentos de descanso, se distrair com outras atividades, fazer caminhadas e exercícios ou relaxar da maneira que preferir. Uma boa sugestão é praticar a meditação. Boa alimentação e qualidade de sono são fatores que interferem muito na disposição e concentração.

Por último, seja gentil consigo mesmo e não se cobre tanto. Imprevistos acontecem. A parte que o candidato controla é a preparação para o exame. Se manter positivo e confiante durante a preparação e a realização da prova pode contribuir para um melhor desempenho. “Mesmo que o exame seja longo e complexo, manter a leveza é uma excelente alternativa para reduzir a tensão”, conclui a psicóloga.