Servidoras da Politec relatam os desafios e a importância da presença feminina em diferentes carreiras na instituição

Em entrevista, servidoras destacam a coragem, o amor-próprio, a superação em desafios na vida pessoal e profissional

Fonte: CenárioMT

servidoras da politec relatam os desafios e a importancia da presenca feminina em diferentes carreiras na instituicao
- Foto por: Ascom / Politec

Neste dia 8 de março foi celebrado o Dia Internacional da Mulher. Com o intuito de demonstrar a importância e os desafios de ser mulher, algumas servidoras que representam as carreiras da Perícia Oficial e Identificação Técnica (Politec) foram entrevistadas: Ariadne Matos (Perita Oficial Criminal), Gabriela Polla (Papiloscopista), Lowrrayny Franchesca (Técnica em Necropsia) e Renata Libardi (Perita Oficial Médica Legista); e a servidora representante da área meio: Danielle Trevizan (Analista de Desenvolvimento Econômico Social).

Politec: O que é ser mulher para você?

Gabriela: É buscar os nossos sonhos, que é ser esposa, mãe e profissional. É acordar a cada dia pronta para um novo desafio e se reinventar sempre que preciso.

Lowrrayny: É ser alguém que, apesar de ter a mesma capacidade de um homem de pensar e agir, mas se emociona de forma distinta. Ser mulher é ter a capacidade de ser multitarefas e focada, firme e sensível ao mesmo tempo. Ser mulher é ser do sexo forte.

Renata:  Ser mulher é estar e não estar 100% a todo tempo, é saber que terão momentos difíceis e, em compensação, outros que nos farão chorar de alegria. Ser mulher é saber do potencial incrível que possuímos e mesmo assim nos sentirmos incompletas pelas inseguranças que adquirimos com o passar do tempo e todas as vezes que deitamos pensativas e cabisbaixas por duvidar de nós mesmas. No entanto, ser mulher é, principalmente, passar por cima de todos esses obstáculos e saber que, no final, era exatamente de nós mesmas que precisávamos para nos sentirmos completas.

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Portanto, o que digo pra mim e para todas que atendo, seja no consultório médico, seja num exame de lesão corporal no IML:  se empodere do poder feminino existente em você e brilhe, exale segurança e amor. Viva seus dias de forma completa e saiba que você é capaz de tudo que deseja. Apenas não desista!

Danielle: Cada mulher tem a sua própria essência. Essa base é construída/aperfeiçoada ao longo da vida, é influenciada por fatores como a criação recebida pelos pais, pelas escolhas, pelas experiências.

Para mim, ser mulher é ser intuitiva, é ser delicada, e ao mesmo tempo forte, é ser destemida, é ser decidida, é ser resiliente. A Mulher tem uma energia interior que a permite exercer diversos papéis (profissional, mãe, filha, amiga, esposa) com excelência.

Politec: Qual o maior desafio de ser mulher no âmbito da segurança pública?
Ariadne: O maior desafio é termos que mostrar, muitas vezes, que somos capazes e competentes
Gabriela: Para mim, hoje, tendo dois filhos (04 e 06 anos), o maior desafio é conciliar a responsabilidade da manutenção do lar e educação das crianças com as atividades profissionais, dois universos completamente distintos. Contudo é gratificante sentir-se útil nessas duas esferas.

Lowrrayny: O fato de ser subestimada, não generalizando, por pessoas de fora. O fato de ter que se mostrar duas vezes melhor.

Renata: É ser forte, sem perder a sensibilidade. É acolher, sem deixar de ter o distanciamento que a profissão exige. É por vezes, ter que esconder os sentimentos diante das mazelas da vida alheia. É afetar vidas que nem chegamos a conhecer, direta ou indiretamente. É chegar em casa, cansada, e se sentir grata, por ter um trabalho que pode fazer a diferença na vida de tantas pessoas. Ser mulher e pertencer à segurança pública é uma honra, é uma missão, é uma responsabilidade igual à de qualquer outro servidor. Ali somos apenas seres humanos ajudando e  protegendo outros seres humanos.

Danielle: É um desafio para a mulher atuar em uma área formada majoritariamente por homens e resistir à visão equivocada de que a função primordial na segurança pública é o uso da força física. Apesar das minhas atribuições não estarem relacionadas diretamente às atividades finalísticas de segurança pública, acredito que o empenho, a flexibilidade e a capacidade de desenvolver diversas tarefas com qualidade é um diferencial da mulher na Segurança Pública.

Politec: No desempenho da sua função você já passou por alguma situação de discriminação pelo fato de ser mulher?

Ariadne: Diretamente não. A discriminação nesse meio é velada.  Acredito que pelas implicações que recaem sobre a pessoa que pratica a descriminação. Mas na sua grande maioria recebemos apoio e proteção da ala masculina.

Gabriela: Não, pelo contrário, no que tange às atividades profissionais tenho recebido muito apoio dos demais colegas, tanto de homens quanto de outras mulheres.

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Lowrrayny: Não, muito pelo contrário. Sempre recebemos apoio e elogio pela coragem e força em exercer nossa função.

Renata: Nunca! Pelo contrário, sinto que as pessoas admiram. Tenho convicção que as pessoas enxergam em você um pouco do que as deixa ver. Como tenho orgulho da minha função e sei que a realizo da melhor forma que posso, sempre me atualizando e vendo onde posso melhorar. Sinceramente não me importa o que alguém possa fazer para me discriminar. Sei a que vim e por quê. Faço meu melhor e não permito sentir-me menosprezada pelo meu gênero. Se tem alguém que faz isso, nem percebo….

Danielle: Sim. Acredito que todas nós mulheres, algum dia já vivenciamos alguma situação no trabalho na qual fomos subjugadas pelo estereótipo de “sexo frágil”.

Politec: O que o Dia Internacional da mulher representa para você? 

Ariadne: É um dia especial, pois nesse dia, grandes representantes são enaltecidas pela sua coragem e desejo de mudança. Ser o diferencial, pois a mulher tem a característica de liderar com punhos fortes, sem deixar de ser sensível e empática.

Gabriela: Para mim é um memorial de lutas e conquistas das mulheres ao longo da história bem como um momento de reflexão sobre a importância da mulher em nossa sociedade.

Lowrrayny: Representa um dia para sermos lembradas como símbolo de força, poder e resistência, e ao mesmo tempo como símbolo de sensibilidade, amor e cuidado.

Renata: Mais um dia de luta. Todo dia é dia de ser um ser humano acima de tudo. Melhor do que fui no dia anterior. Mas entendo que muitas pessoas são subjugadas pela maneira como são doutrinadas a se olharem. Então penso que é um dia em que podemos olhar às outras mulheres e ensiná-las que elas são seres de luz, que não precisam de ninguém para serem felizes além delas mesmas.

Danielle: O Dia Internacional da Mulher é um marco que representa as lutas e as conquistas das mulheres. Possui uma importância histórica, e é uma data que não pode ser esquecida, pois mesmo após um século de reivindicações, as mulheres ainda enfrentam discriminações e violências.

*Sob supervisão de Tita Mara Teixeira 

 

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