Secretário diz que flexibilização do comércio e chegada do frio podem fazer coronavírus ‘saltar’ em MT

Fonte: OLHAR DIRETO

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Foto: Tchélo Figueiredo - Secom MT

O secretário estadual de Saúde, Gilberto Figueiredo, voltou a criticar a flexibilização do comércio e chamou de “conjunção de fatores” os problemas respiratórios que serão ocasionados devido ao frio, que está previsto para chegar na próxima quinta-feira (7). A declaração foi feita na manhã desta segunda-feira (4), durante coletiva de imprensa.

Até a tarde de domingo (3), a Secretaria de Saúde notificou 337 casos da Covid-19 em Mato Grosso. Treze mortes foram confirmadas e nas últimas 24h, quatro novos casos foram confirmados, sendo três em Cuiabá e um em Várzea Grande.

De acordo com Gilberto, os casos do Covid-19 terão um aumento significativo devido à volta do povo às ruas e a transmissão comunitária também será um perigo, tendo em vista todo conjunto de fatores.

“Com certeza será uma conjunção de fatores. A flexibilização amplia o risco de contaminação e o frio é um fator de risco para aumento de gripes, influenzas, pneumonias e outro problemas respiratórios. Infelizmente, quando não se cumpre uma medida temos que aumentar a nossa assistência. Temos que aumentar números de leitos, enfermaria e UTIs. Infelizmente será assim”, comentou.

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Gilberto pediu que todo mundo que puder permaneça em casa. Ele ressalta que a quarentena não acabou, mas sustenta que se houver um surto do caso em Mato Grosso, as dependências dos hospitais estão preparadas.

“Temos mais de 40 leitos de UTIs e mais de 100 leitos de enfermaria à disposição. Estamos em uma condição boa. Temos leitos em Cuiabá e nas cidades que determinamos como referência do tratamento do Covid-19. Daqui dez dias irá ficar pronta a ala nova do Hospital Metropolitano. Portanto, quem puder fique em casa. Mas ressalto: por hora estamos em condições boas de nossos leitos”, disse.

Crítica à Prefeitura de Sinop

Gilberto também aproveitou a coletiva virtual para criticar a prefeita Rosana Martinelli, do município de Sinop (Distante 500km de Cuiabá). No fim de semana, ela elaborou novo decreto, retornou parte das aulas do município, liberou abertura de bares e eventos com até 200 pessoas.

Para Gilberto, o ato é um erro. “A cidade já possui números altos do novo coronavírus. Teve mortes e ainda têm pacientes internados. Liberar tudo é um erro. A ordem é que cada executivo avalie seu município, mas Sinop tem números altos. A flexibilização é sempre um risco para aumento de casos”, ponderou o secretário.

Cancelar contrato

O Hotel Fazenda Mato Grosso foi contratado para receber profissionais da Saúde que deveriam ficar hospedados para evitar passar o contágio da Covid-19 aos familiares. Porém, o contrato é para 50 quatros e o Estado teria um gasto de aproximadamente R$ 200 mil por mês. Mas, até hoje nenhum profissional está hospedado.

“Estamos pensando em romper esse contrato, tendo em vista que não temos ninguém hospedado. Os profissionais estão usando EPIs com todo critério e nenhum se dispôs a usar. Então já pensamos em cancelar o contrato e se alguém precisar, iremos disponibilizar alguns de nossos leitos para colocar esses profissionais”, avaliou o secretário.

Cloroquina

Gilberto ainda respondeu questionamentos sobre o uso da Cloroquina, medicamento muito citado inclusive pelo presidente da República, Jair Bolsonaro, como uma das principais drogas para tratamento da Covid-19.

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Por ter alguns pacientes que fizeram uso do medicamento e se recuperaram, a população volta a questionar se a Cloroquina é o medicamento “salvador”. Gilberto negou.

“Mato Grosso faz o uso da Cloroquina, após o médico achar que deve. Eu não olho prontuário de todos os pacientes. O médico faz a adoção do medicamento de paciente por paciente. Sei que estão utilizando, mas não posso afirmar que ela é o remédio que vai salvar a todos”, pontuou.

Novo pico

Depois do pico da pandemia ter passado de março para abril e de abril para maio, Gilberto voltou a citar que por enquanto não tem uma data precisa para que haja o pico da doença no Brasil, mas estima-se que em meados deste mês pode ser que os números sejam altos.

“Por enquanto é uma estimativa. Não se tem um número real e nem dá para prever nada. Mas existe um estudo que prevê que neste mês, em dia 15 ou 20, os números sejam altos. Tomara que chegue logo esse tal pico. Pois assim pelo menos a gente começa a descer os casos confirmados”, explicou o secretário.