“Negócios verdes” fortalecem legado familiar

Fonte: ­­Cristhiane Brandão

Cristhiane Brandão
Cristhiane Brandão

Nas duas últimas décadas, temos observado uma crescente preocupação mundial com o tema sustentabilidade. A ‘economia verde’ surgiu nesse contexto como uma alternativa promissora principalmente para empresas familiares que desejam prosperar e ao mesmo tempo contribuir com a conservação ambiental.

Dentre as 100 empresas mais sustentáveis do mundo (Relatório Corporate Knights 2022), o Banco do Brasil se destaca, por exemplo, pelo uso pioneiro de energia solar. Em Minas Gerais, foi construída uma usina capaz de gerar 14 GWh para abastecer 100 agências do banco, uma economia de R$ 80 milhões em 12 anos.

Outra empresa que aparece na lista é a Natura que possui 80% de seus produtos de origem vegetal e a matéria-prima retirada da Amazônia. Ao invés de utilizar polietileno convencional em suas fórmulas, usa polietileno verde feito à base de cana-de-açúcar o que reduz os impactos ambientais. Além disso, os novos produtos visam reaproveitar garrafas PET, diminuir a produção de papel e de plástico.

Sei que você pode estar pensando que não tem como se comparar às grandes empresas como Banco do Brasil ou Natura, que dispõem de conhecimento e recursos para fazer os investimentos necessários para implementar todas essas mudanças positivas para o planeta. Mas quero deixar um convite: vamos encarar a “economia verde” como uma oportunidade de inovar e se diferenciar no mercado?

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Um exemplo positivo vem de Mato Grosso, a Cervejaria Louvada acaba de celebrar a conquista do Certificado Lixo Zero, demonstrando seu compromisso em reduzir resíduos ao máximo e a adoção de práticas sustentáveis em todas as etapas de produção. O conceito de lixo zero “é uma meta ética, econômica, eficiente e visionária, para orientar as pessoas a mudar seus estilos de vida e práticas para emular ciclos naturais sustentáveis, onde todos os materiais descartados são projetados para se tornarem recursos para outros usarem”, diz o Instituto Lixo Zero Brasil (ILZB), que representa no Brasil a ZWIA – Zero Waste International Alliance.

Recentemente, participei de um evento promovido pelo Capitalismo Consciente, onde a Diretora Administrativa do Grupo Morena,

justamente compartilhou entre tantos assuntos e experiências como a empresa avançou na educação e promoção do tratamento do lixo junto com os funcionários das propriedades do grupo situadas em Tangará da Serra e Campo Novo dos Parecis (MT). Dulce afirmou categoricamente “a educação é o único veículo que transforma as pessoas de dentro para fora.”

Independente do tamanho da sua empresa, é possível desenvolver novos produtos e serviços sustentáveis, adentrando mercados ainda pouco explorados e/ou encontrar novas formas de agregar valor aos seus produtos. Além disso, a eficiência energética e a redução de desperdício resultarão em uma economia de custos operacionais, o que certamente vai melhorar a rentabilidade e a competitividade da sua empresa.

Sustentabilidade não é uma pauta do futuro, por isso se faz necessário centrar esforços e investimentos em dois itens principais: novas tecnologias e treinamento de funcionários. Talvez você encontre resistência interna, sobretudo se a empresa estiver acostumada a operar o negócio de maneira tradicional. Nessa situação, a alta administração precisa ter um compromisso muito claro e forte em relação à agenda socioambiental.

A economia verde é um conceito adotado pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma) desde 2008. Segundo o órgão da ONU, significa uma economia que busca garantir a igualdade social e o bem-estar da humanidade aliada à diminuição dos problemas ecológicos e ambientais. Entre as características do empreendedorismo verde estão:

Baixa emissão de carbono e demais gases do efeito estufa, diminuição dos demais efeitos de impacto climático, eficiência na utilização de recursos naturais, inclusão social, reciclagem e reutilização de bens, uso de energias limpas e renováveis, valorização da biodiversidade presente nos ecossistemas, consumo consciente, adoção de práticas mais sustentáveis nos processos produtivos, universalização do saneamento básico e cuidado com os recursos hídricos (água).

Quando vivemos o legado, nos preocupamos com o que vamos deixar, entregar melhor para quem está por vir. Agir no presente, pensando no futuro. “Uma jornada consciente começa por líderes que decidem tornar seus negócios melhores para o mundo”, essa frase do Capitalismo Consciente nos chama a responsabilidade. Como sua consciência social está impactando em sua família, em sua empresa, em seu entorno?

Cristhiane Brandão, Conselheira de Administração, Consultora em Governança para Empresas Familiares e Coordenadora do Capítulo Brasília/Centro Oeste do IBGC. 

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