Clima favoreceu o trigo do Paraná e preço é competitivo

Produtores devem contabilizar boa produtividade média nesta safra, apesar dos problemas climáticos em algumas localidades. Veja os detalhes

Fonte: ClimaTempo

Fim do acordo entre Rússia e Ucrânia encarece o trigo, mas não deve afetar a pizza e o pãozinho
FOTO:PIXABAY

Nos últimos anos, com o avanço de tecnologias e boas práticas de manejo (cultivares indicadas para cada região e época de plantio, manejo fitossanitário, rotação de culturas, uso racional de defensivos), a safra de inverno conquistou status de protagonista, levando rentabilidade ao agricultor.

A safra de 2022 foi a mais favorável para o trigo nos últimos cinco anos, na avaliação do gerente de insumos da Integrada, Romildo Birelo. De acordo com ele, não houve variações extremas do tempo, como geada intensa ou seca prolongada na formação do grão.

“Para se ter uma ideia, desde 2017, a produtividade média do agricultor não ultrapassava 2.000 quilos por hectare, devido à estiagem e geadas. Este ano a média poderá ficar acima dos 3.000 quilos por hectare”, aponta Birelo.

O levantamento realizado pela Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Paraná (SEAB), aponta que a safra 2022 do trigo teve uma produção 21% maior que a do ano passado, sem aumento de área. O produtor também deve obter uma produtividade média 26% acima este ano. A estimativa é que em todo o Estado a produtividade seja de 3.309 quilos por hectare.

“O cooperado que optou pelo trigo, pra fugir dos riscos da cigarrinha do milho, também teve a vantagem de conseguir uma onda de bons preços do grão. Isso se deve a demanda do trigo no mundo, diante do cenário de guerra na Rússia e Ucrânia, grandes produtores mundiais”, explica Birelo.

Cooperados da Integrada tiveram sucesso na lavoura de trigo

A safra de inverno de 2022 teve um leve aumento de área na opção pelo trigo. Nas regiões que abrangem os cooperados da Integrada, foram 107 mil hectares destinados ao grão.

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O cooperado Joel de Carvalho investiu no plantio de trigo nas propriedades de Guapirama e Jundiaí do Sul. O trigo já é tradição na safra de inverno do produtor: foram 100 alqueires plantados e este ano, o agricultor comemora a sanidade da lavoura.

“Conseguimos fugir da brusone. Mudamos a época de plantio, que antes era em abril e iniciamos no começo de maio. Para nossa surpresa, não tivemos nenhum caso da doença na lavoura”, comemora Carvalho.

Em Mauá da Serra, o Clima favoreceu o calendário agrícola. O cooperado Carlos Kamiguchi plantou 87 hectares de trigo, dentro do zoneamento de risco climático recomendado, e teve uma alta produtividade. A escolha da semente foi fundamental para a boa produção: ele optou pelo TBIO Audaz, de ciclo precoce e alta resistência contra brusone e giberela.

O agricultor conseguiu colher antes do início da chuva, em meados de setembro. Isso rendeu um grão de alta qualidade com PH entre 82 e 84, e uma produtividade de 3.930 kg/ha.

“Fiquei muito satisfeito com a produção deste ano. Durante o enchimento faltou um pouco de chuva, mas que não comprometeu a safra”, comemora Kamiguchi.

O coordenador técnico da Regional Arapongas, Rodrigo Ambrósio, explica que, na região, houve uma pequena quebra na produtividade por conta de escassez hídrica.

“Tivemos uns 40 dias de seca, sem nenhuma chuva, que não chegou a prejudicar a formação, mas que teve reflexo negativo em torno de 15% no peso do grão”, conta.

Mesmo com problemas pontuais, a Integrada deve receber um volume de trigo de alta qualidade, principalmente vindos de regiões mais altas e frias.  

 

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