Gerente de Vigilância em Doenças explica critérios para testagem da Covid-19 em Cuiabá

Fonte: CENÁRIOMT

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Uma das grandes dúvidas da população com relação à pandemia da Covid-19 é a necessidade de realização de teste para confirmar ou não a doença. A Prefeitura de Cuiabá, por meio da Secretaria Municipal de Saúde, traz informações prestadas pela gerente de Vigilância em Doenças e Agravos Transmissíveis, Flávia Guimarães. Ela explica que quando começa uma epidemia ou uma pandemia, os critérios para diagnóstico são mudados conforme a evolução da patologia na comunidade.

 

Primeira fase

 

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Guimarães relata que no primeiro momento da pandemia em Cuiabá, as equipes de saúde buscavam identificar todos os casos, no intuito de fazer a contenção e diminuir ao máximo a transmissão do novo coronavírus, o que foi possível com o isolamento social determinado pelo prefeito Emanuel Pinheiro ainda no mês de março. “Naquela época, era testado todo mundo, independente de sintomas leves ou moderados”, lembra a gerente de Vigilância.

 

Segunda fase

 

Quando a Capital passou para o segundo momento da pandemia, em que foi detectada a transmissão comunitária, ou seja, o coronavírus já estava circulando entre a população, não sendo possível identificar todos os infectados e a rede de pessoas com quem tiveram contato, Cuiabá passou então à fase de mitigação da doença, com a equipe da Secretaria de Saúde e do Comitê de Enfrentamento à Covid-19 definindo estratégias para evitar o agravamento do quadro dos pacientes. “Neste cenário, que a gente sabe que a transmissão aumenta muito e que nenhum sistema de saúde no mundo é capaz de testar todos os seus casos, a gente define critérios e que tipo de pessoas que devem ser testadas”, afirma Flávia.

 

Terceira fase

 

Atualmente, a capital mato-grossense vivencia um período de reestruturação da testagem para Covid-19, em que está sendo possível ampliar o público passível de teste. Até então, somente pacientes internados em estado grave estavam sendo testados porque era necessário saber o que os estava levando a tal gravidade. Agora, pessoas com sintomas leves de síndrome respiratória, mas que possuem doenças pré-existentes, como diabetes, hipertensão, cardiopatias, doenças renais, por exemplo, estão sendo testadas. “Por conta dessas outras doenças, ela pode necessitar de uma internação. Por isso, o teste pra ela, no momento mais no início da doença é importante”, explica a gerente de Vigilância em Doenças e Agravos Transmissíveis de Cuiabá.

 

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Além disso, pacientes das unidades de atenção secundária da Capital que apresentam sintomas moderados de síndrome respiratória também estão sendo testados. “A gente saiu dessa definição de paciente só internado e estamos ampliando para outras possibilidades, mas com esses critérios de doenças crônicas e de fatores de risco para alguma complicação”, afirma Flávia Guimarães.

 

Consciência da população

 

Apesar de a Prefeitura ter feito uma parceria com o Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Mato Grosso (IFMT) para realização de análises de exames laboratoriais do tipo RT-PCR (do inglês Reverse-Transcriptase Polymerase Chain Reaction) e aumentado sua capacidade de realização de testes para Covid-19, a gerente de Vigilância alerta para a importância de não procurar as unidades de saúde apenas para fazer o teste. “População, por favor, compreenda que fazer o teste desses casos leves, que apresentaram síndrome respiratória, a febre, a tosse, dor de garganta, sintomas leves, você ir numa unidade de saúde buscando um teste, você só pode aumentar o risco de transmissão para outras pessoas. Não fiquem andando de uma unidade pra outra. Não tem indicação de fazer teste de todo mundo”, avisa.

 

Casos de Covid-19 na família

 

Outra informação prestada por Flávia Guimarães é que quando uma pessoa da família já teve resultado positivo para o teste de Covid-19 e os demais membros daquele núcleo também apresentaram os mesmos sintomas, estes são considerados pelo clínico epidemiológico da mesma doença. “Se em casa eu já tenho um testado, os outros que apresentaram o mesmo sintoma são considerados também caso de Covid-19 pela manifestação clínica e pelo vínculo epidemiológico”, elucida a profissional da saúde.