O QI e o leite materno: A importância do aleitamento para o bebê

Fonte: Fabiano de Abreu

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O leite materno é crucial para o bebê, pois contém nutrientes essenciais, anticorpos e proteínas que fortalecem o sistema imunológico, protegendo contra infecções e alergias. Além disso, ajuda no desenvolvimento do sistema nervoso e digestivo, prevenindo doenças crônicas futuras.

Mas além dos benefícios mais conhecidos do aleitamento materno, novos estudos têm analisado a sua relação com o desenvolvimento cognitivo da criança, o que pode resultar em um QI mais elevado no futuro.

A inteligência é uma habilidade profundamente multifatorial, ou seja, ela sofre influência de uma série de fatores, notadamente da genética, uma vez que os teste genéticos são atualmente a forma mais fidedigna de se medir o QI. Mas os fatores ambientais também podem ser muito importantes para esse desenvolvimento, interagindo com a influência genética durante todo o processo e dentre esses fatores durante a primeira infância, o aleitamento materno é o mais expressivo.

Crianças que recebem amamentação pelo tempo ideal possuem pontuações de QI superiores às crianças não alimentadas com leite materno. Essa vantagem pode ser atribuída aos ácidos graxos presentes exclusivamente no leite materno, mas também se associa aos nutrientes essenciais fornecidos durante esse período e a relação com o desenvolvimento do sistema nervoso da criança.

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Em um estudo chamado “Moderação dos efeitos da amamentação no QI por variação genética no metabolismo dos ácidos graxos” e publicado na revista científica  Journal of Pediatrics demonstrou uma relação entre a amamentação e uma variante genética chamada FADS2, que está relacionada ao controle genético das vias dos ácidos graxos. O estudo identificou um aumento do QI de crianças de 5 ½ anos de idade, que tinham sido alimentadas com uma fórmula suplementada com lactoferrina e da MFGM, membrana de glóbulos de gordura do leite, em até 5 pontos, com maior destaque para a velocidade de processamento de informações e nas habilidades visual-espacial.

Hoje em dia tem-se como média de tempo de amamentação para crianças como de 12 meses, sendo a metade feita de forma exclusiva, mas esse tempo pode variar em cada caso.

Mas é importante ressaltar que essa não é uma relação cravada e uma regra, ela deve ser vista como um fator importante, mas que também pode ser influenciado por outros fatores, até mesmo outras variantes genéticas que também podem influir nesse processo.

REFERÊNCIAS:

MODERATION of breastfeeding effects on the IQ by genetic variation in fatty acid metabolism. PNAS, [S. l.], p. 1, 20 jan. 2007. DOI doi.org/10.1073%2Fpnas.0704292104. Disponível em: www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC2141867/#:~:text=Breastfed%20children%20attain%20higher%20IQ,control%20of%20fatty%20acid%20pathways. Acesso em: 10 jan. 2024.

MELHORA dos resultados do neurodesenvolvimento aos 5,5 anos de idade em crianças que receberam membrana de glóbulo de gordura do leite bovino e lactoferrina em fórmulas infantis até 12 meses: um ensaio clínico randomizado e controlado. The Journal of Pediatrics, [S. l.], p. 1, 14 maio 2023. DOI doi.org/10.1016/j.jpeds.2023.113483. Disponível em: www.jpeds.com/article/S0022-3476(23)00331-1/fulltext. Acesso em: 10 jan. 2024.

EFFECT modification of FADS2 polymorphisms on the association between breastfeeding and intelligence: results from a collaborative meta-analysis. International Journal of Epidemiology, [S. l.], p. 1, 14 maio 2023. DOI doi.org/10.1093/ije/dyy273. Disponível em: pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/30541029/. Acesso em: 10 jan. 2024.

Sobre Dr. Fabiano de Abreu Agrela

Dr. Fabiano de Abreu Agrela é Pós PhD em Neurociências e biólogo membro das principais sociedades científicas como SFN – Society for Neuroscience nos Estados Unidos, Sigma XI, sociedade científica onde os membros precisam ser convidados e que conta com mais de 200 prémios Nobel e a RSB – Royal Society of Biology, maior sociedade de biologia sediada no Reuno Unido. É membro de 10 sociedades de alto QI, entre elas a Mensa, Intertel, ISPE, Triple Nine Society, coordenador Intertel Brazil, diretor internacional da IIS Society e presidente da ISI e ePiq society, todas sociedades restritas para pessoas com alto QI comprovados em testes supervisionados. Criou o primeiro relatório genético que estima a pontuação de QI através de teste de DNA e o projeto GIP – Genetic Intelligence Project com estudos genéticos e psicológicos sobre alto QI com voluntários. Autor de mais de 50 estudos sobre inteligência, foi voluntário em testes de QI supervisionados, testes genéticos de inteligência e estudo de neuroimagem já que atingiu a pontuação máxima em mais de um teste de QI em mais de um país corroborando com os demais resultados genéticos e de neuroimagem.

Dr. Fabiano de Abreu Agrela Rodrigues, Colunista do Cenário MT é um Pós-doutor e PhD em neurociências eleito membro da Sigma Xi, The Scientific Research Honor Society e Membro da Society for Neuroscience (USA) e da APA - American Philosophical Association, Mestre em Psicologia, Licenciado em Biologia e História; também Tecnólogo em Antropologia com várias formações nacionais e internacionais em Neurociências e Neuropsicologia. É diretor do Centro de Pesquisas e Análises Heráclito (CPAH), Cientista no Hospital Universitário Martin Dockweiler, Chefe do Departamento de Ciências e Tecnologia da Logos University International, Membro ativo da Redilat, membro-sócio da APBE - Associação Portuguesa de Biologia Evolutiva e da SPCE - Sociedade Portuguesa de Ciências da Educação. Membro Mensa, Intertel e Triple Nine Society, sociedades de pessoas com alto QI.