Genética e QI: Uma relação cada vez mais explorada

Fonte: Fabiano de Abreu

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Os testes tradicionais de QI são uma ferramenta já muito bem estabelecida para a medição da inteligência e usada como base para sociedades de alto QI, para estudos, para artigos, etc. No entanto, apesar de confiável, é preciso considerar alguns fatores que podem alterar a sua precisão, como o efeito aprendizagem, decorrente da familiaridade com testes frequentes, pode influenciar os resultados. Além disso, a ansiedade durante a realização dos testes e a análise subjetiva dos resultados podem introduzir viés.

Na busca por uma forma de avaliação mais abrangente e precisa, surgem os testes genéticos, uma ferramenta cada vez mais usada em parceria com os testes de QI para medir a inteligência, mas não só isso, a análise dos dados genéticos também ajuda a entender se sua capacidade cognitiva está sendo explorado ao seu máximo potencial, medido pela propensão indicada pelos genes, assim como os fatores que estão interferindo nesse processo e até mesmo a probabilidade do desenvolvimento de alguns transtornos.

A análise genética permite observar relações complexas entre variantes genéticas e traços cognitivos com uma visão mais abrangente e detalhada do potencial intelectual, incluindo a capacidade máxima de desenvolvimento e fatores impeditivos, informações que não são obtidas nos testes de QI tradicionais.

O Genetic Intelligence Project (GIP), projeto que tem como objetivo investigar a medição da inteligência pelos dados genéticos, para a compreensão da inteligência como um eficaz neuroprotetor, analisou dados de vários voluntários para entender a conexão entre os genes e a manifestação da inteligência.

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Um dos participantes analisados apresentou um QI inferior ao resultado do teste genético. Ao investigar melhor o caso com o uso dos testes genéticos, identificou-se a presença de depressão desde os 5 anos, originada por traumas na infância, causas não diagnosticadas pelos profissionais anteriores.

Em uma outra situação, um voluntário teve seu teste genético apontando a possibilidade de um QI superior ao identificado no teste de QI realizado anteriormente. O indivíduo era usuário de maconha, conforme também indicado pelos dados genéticos, um fator conhecido por influenciar a inteligência.

Contudo, nos casos onde a inteligência medida pelos testes de QI chegou ao seu máximo desenvolvimento, de acordo com os testes genéticos a anamnese mostrou que houve um acompanhamento, estímulo e boa educação desde a infância pelos pais.

Por isso os testes genéticos estão ganhando cada vez mais relevância no entendimento da inteligência e têm sido buscados por profissionais. Suas informações incrivelmente precisas e abrangentes permitem avanços na análise do cérebro humano e do impacto de altas habilidades.

Dr. Fabiano de Abreu Agrela Rodrigues, Colunista do Cenário MT é um Pós-doutor e PhD em neurociências eleito membro da Sigma Xi, The Scientific Research Honor Society e Membro da Society for Neuroscience (USA) e da APA - American Philosophical Association, Mestre em Psicologia, Licenciado em Biologia e História; também Tecnólogo em Antropologia com várias formações nacionais e internacionais em Neurociências e Neuropsicologia. É diretor do Centro de Pesquisas e Análises Heráclito (CPAH), Cientista no Hospital Universitário Martin Dockweiler, Chefe do Departamento de Ciências e Tecnologia da Logos University International, Membro ativo da Redilat, membro-sócio da APBE - Associação Portuguesa de Biologia Evolutiva e da SPCE - Sociedade Portuguesa de Ciências da Educação. Membro Mensa, Intertel e Triple Nine Society, sociedades de pessoas com alto QI.