Memorial homenageia congolês morto na Barra da Tijuca

Um busto foi inaugurado no quiosque onde o jovem congolês Moïse foi morto, como parte de um acordo indenizatório.

Fonte: CenárioMT

Memorial homenageia congolês morto na Barra da Tijuca
Memorial homenageia congolês morto na Barra da Tijuca - Foto: Agência Brasil

Um memorial em homenagem ao congolês Moïse Mugenyi Kabagambe foi inaugurado nesta segunda-feira (30) no quiosque Dumar, na praia da Barra da Tijuca, zona oeste do Rio de Janeiro. A instalação do busto atende a medidas previstas em acordo indenizatório movido pela Defensoria Pública do Rio de Janeiro, que representa a família desde o início do caso.

Moïse, de 24 anos, foi morto a golpes em 24 de janeiro de 2022, no quiosque Tropicália, após cobrar três dias de trabalho. A violência, flagrada por câmeras, gerou grande comoção e mobilização de movimentos sociais e entidades de direitos humanos em busca de justiça.

A escolha do dia 30 de junho para a inauguração relembra a independência da República Democrática do Congo, país natal de Moïse. Sua mãe, Lotsove Lolo Lavy Ivone, destacou o memorial como símbolo de resistência e memória. Segundo ela, apesar da dor, o espaço deve servir de acolhimento e lembrança para outras pessoas refugiadas.

“É muito difícil estar aqui, onde tudo aconteceu. São muitas memórias. A gente acha que a dor vai diminuir, mas não diminui. Ainda assim, é importante que a história do meu filho não seja esquecida. Espero que este lugar se torne um espaço de acolhimento, um lugar para outras pessoas refugiadas”, disse Ivone.

O Núcleo de Defesa dos Direitos Humanos da Defensoria acompanha a família nas esferas criminal e cível. Além do processo penal, há ação por danos morais. Em março de 2025, dois dos três acusados, Aleson Cristiano de Oliveira Fonseca e Fábio Pirineus da Silva, foram condenados por homicídio triplamente qualificado. O terceiro réu, Brendon Alexander Luz da Silva, será julgado separadamente.

O defensor Marcos Paulo Dutra Santos reforçou o compromisso da Defensoria com o combate ao racismo estrutural, destacando que essa é uma prioridade e uma pauta inegociável para a instituição.