O julgamento de Gilberto Rodrigues dos Anjos, acusado de assassinar uma mãe e suas três filhas em novembro de 2023, no bairro Florais da Mata, em Sorriso, ocorrerá por videoconferência. A sessão está marcada para a próxima quinta-feira (7) no Fórum da Comarca local.
A decisão do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT) visa assegurar a segurança e a ordem durante o processo, além de proteger a dignidade das vítimas e seus familiares. O juiz Rafael Depra Panichella, da 1ª Vara Criminal, determinou que o acesso ao julgamento será rigorosamente controlado e restrito.
O público em geral está proibido de participar presencialmente. Somente juízes, promotores, advogados, defensores públicos, policiais penais, militares e familiares das vítimas poderão acompanhar, mediante cadastramento prévio até terça-feira (5). A imprensa também está sujeita a essa regra. A segurança do local ficará sob responsabilidade da Polícia Militar e da Coordenadoria Militar do TJMT.
O magistrado destacou que, embora a Constituição Federal preveja a publicidade dos atos processuais, há exceções quando a intimidade e o interesse social exigem proteção. Por isso, foi adotado um modelo híbrido, combinando publicidade com sigilo, para preservar os envolvidos.
O caso
Cleci Calvi Cardoso, 45 anos, e suas filhas Miliane, 19, Manuela, 13, e Melissa, 10, foram assassinadas dentro da própria casa em 24 de novembro de 2023. Gilberto Rodrigues confessou o crime, revelando que planejou as mortes para cometer estupros, enquanto trabalhava em uma obra ao lado da residência da família.
Histórico criminal
Gilberto possui antecedentes que remontam a 2013, quando foi condenado em Mineiros (GO) pela morte do jornalista Osni Mendes, ocorrida em dezembro de 2012. O crime foi motivado, segundo o acusado, por uma rejeição a uma proposta sexual. Após o assassinato, Gilberto fugiu, mas foi preso pouco depois.
Embora tenha cumprido cerca de sete meses de prisão, ele foi libertado após pedido de revogação da prisão preventiva, sob a alegação de falhas em diligências policiais. Em março de 2024, foi condenado a 17 anos pela morte do jornalista e, no mesmo mês, recebeu mais 22 anos por estupro e tentativa de homicídio em Mato Grosso.