Superdotação: Mitos prejudicam evolução da compreensão do tema

Existem muitas informações erradas disseminadas por “especialistas” em superdotação, afirma o Pós PhD em neurociências, Dr. Fabiano de Abreu Agrela

Fonte: Fabiano de Abreu

image 91

Nunca a superdotação esteve tanto em pauta e toda essa repercussão sobre o tema ajuda a chamar a atenção para uma condição que, por muito tempo, foi deixada de lado. No entanto, ainda existem muitos mitos sobre a superdotação, como afirma o Pós PhD em neurociências, especialista em genômica e em inteligência, membro da Royal Society of Biology no Reino Unido, Dr. Fabiano de Abreu Agrela.

A superdotação se tornou um tema ‘viral’, o que por um lado ajuda a disseminar conhecimento sobre o tema, mas por outro também espalha muita desinformação, por exemplo, sempre surgem ‘especialistas’ para falar sobre o tema que não têm realmente um conhecimento profundo, o que contribui para distorcer detalhes sobre a condição”, explica.

O que é a superdotação?

De acordo com o Dr. Fabiano de Abreu, a superdotação possui diversos fatores de influência que geram as altas habilidades.

[Continua depois da Publicidade]

A superdotação refere-se a indivíduos com desempenho intelectual, criatividade e habilidades acima da média. São pessoas que se destacam pela capacidade de pensar, raciocinar e julgar. Pessoas superdotadas apresentam interesses diversos e profundos em determinados assuntos e temas. Pessoas superdotadas tem comportamentos comuns”.

“A superdotação é definida como uma habilidade intelectual ligada a uma pontuação de QI de 130 ou mais no desvio padrão 15, pontuação essa definida por estudos científicos assim como foram definidas a média como 100 e o desvio padrão fixado como 15 neste caso, chegando ao máximo de 160 pontos. No entanto, nem todas as pessoas superdotadas se destacam em uma área acadêmica. Os sinais de uma pessoa superdotada também incluem uma alta capacidade  artística, musical e/ou de liderança em relação aos colegas da mesma idade.”

A superdotação sofre influência de diversos fatores, mas tem uma forte relação com a genética e pode ser comprovada a partir de testes de QI supervisionados ou teste genético de inteligência, este último é infalível e livre de dúvidas, será o mecanismo mais utilizado em breve”, afirma.

Mitos mais comuns sobre a superdotação

01 – Todo superdotado é autista:

Pode haver, em alguns casos, a presença da superdotação e do autismo, mas isso está longe de ser a regra. A divulgação de uma minoria que possui as duas condições pode gerar uma noção distorcida de que isso é a regra. Até porque no diagnóstico de autismo, geralmente há a testagem de QI, logo, a maioria mede o quoficiente de inteligência”, ressalta Dr. Fabiano de Abreu.

02 – Todo superdotado tem algum transtorno?

Estudos replicados trazem provas sólidas de que os indivíduos altamente inteligentes não têm mais perturbações de saúde mental do que a população média. Inclusive, a inteligência surge como um fator de proteção para transtornos mentais. Isso quer dizer que existem pessoas superdotadas com transtornos, sim, mas não seria uma maioria”, afirma.

03 – Superdotação é um espectro?

Essa distorção tem sido muito espalhada atualmente, pois o termo ‘espectro’, apesar de poder ser aplicado em diversos contextos, acaba transmitindo a ideia errada de que a superdotação é um transtorno, assim como outros termos como AHSD ou dupla excepcionalidade, que induzem uma associação errada entre a superdotação e transtornos”, ressalta.

[Continua depois da Publicidade]

Sobre Dr. Fabiano de Abreu Agrela

Dr. Fabiano de Abreu Agrela é Pós PhD em Neurociências e biólogo membro das principais sociedades científicas como SFN – Society for Neuroscience nos Estados Unidos, Sigma XI, sociedade científica onde os membros precisam ser convidados e que conta com mais de 200 prémios Nobel e a RSB – Royal Society of Biology, maior sociedade de biologia sediada no Reino Unido. É membro de 10 sociedades de alto QI, entre elas a Mensa, Intertel, ISPE, Triple Nine Society, coordenador Intertel Brazil, diretor internacional da IIS Society e presidente da ISI e ePiq society, todas sociedades restritas para pessoas com alto QI comprovados em testes supervisionados. Criou o primeiro relatório genético que estima a pontuação de QI através de teste de DNA e o projeto GIP – Genetic Intelligence Project com estudos genéticos e psicológicos sobre alto QI com voluntários. Autor de mais de 50 estudos sobre inteligência, foi voluntário em testes de QI supervisionados, testes genéticos de inteligência e estudo de neuroimagem já que atingiu a pontuação máxima em mais de um teste de QI em mais de um país corroborando com os demais resultados genéticos e de neuroimagem.

Dr. Fabiano de Abreu Agrela Rodrigues, Colunista do Cenário MT é um Pós-doutor e PhD em neurociências eleito membro da Sigma Xi, The Scientific Research Honor Society e Membro da Society for Neuroscience (USA) e da APA - American Philosophical Association, Mestre em Psicologia, Licenciado em Biologia e História; também Tecnólogo em Antropologia com várias formações nacionais e internacionais em Neurociências e Neuropsicologia. É diretor do Centro de Pesquisas e Análises Heráclito (CPAH), Cientista no Hospital Universitário Martin Dockweiler, Chefe do Departamento de Ciências e Tecnologia da Logos University International, Membro ativo da Redilat, membro-sócio da APBE - Associação Portuguesa de Biologia Evolutiva e da SPCE - Sociedade Portuguesa de Ciências da Educação. Membro Mensa, Intertel e Triple Nine Society, sociedades de pessoas com alto QI.