Por que nosso intestino também é conhecido como “segundo cérebro”?

De acordo com o Pós PhD em neurociências, Dr. Fabiano de Abreu, a conexão cérebro-intestino é fundamental para uma série de processos do organismo

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conexao intestinal do cerebro 206049 4613

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O nosso organismo é um sistema altamente interligado, mas uma das conexões mais importantes do nosso corpo ainda é altamente incompreendida: A relação cérebro-intestino.

Nosso sistema digestivo é fortemente ligado com nosso Sistema Nervoso Central (SNC), sendo coordenado pelo SNE – Sistema Nervoso Entérico, uma espécie de subdivisão independente do SNC, mas que mantém comunicação através dos sistemas simpático e parassimpático e está presente nas camadas que revestem o sistema digestivo possuindo seus próprios circuitos neurais.

Um novo estudo realizado por uma equipe de pesquisadores dos Estados Unidos ligada a institutos de pesquisa do cérebro analisou a relação entre o cérebro e o intestino humano através de um método pioneiro: A utilização de uma cápsula vibratória minimamente invasiva. Através dela foi medido o que foi chamado de “potencial evocado gástrico”, uma resposta neural tardia em eletrodos parieto-occipitais da linha média relacionada com a acurácia perceptual.

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Os pesquisadores ainda identificaram uma melhorada precisão perceptiva, redução da variabilidade no tempo de reação e detecção mais rápida da estimulação feita através do dispositivo.

De acordo com o Pós PhD em neurociências membro da Society for Neuroscience nos Estados Unidos, Dr. Fabiano de Abreu Agrela, o estudo, além de reforçar a conexão entre o cérebro e o intestino, apresenta um método que pode ajudar a entender melhor essa interação.

Há muito tempo se sabe que há uma estreita relação entre o cérebro e o intestino, no entanto, a inacessibilidade ao interior do corpo dificulta estratégias que ajudem a entender melhor como se dá essa interação, o que pode ser facilitado com a apresentação deste novo modelo de sonda mecanossensorial minimamente invasiva, a cápsula vibratória, para estimulação do intestino e posterior medição dos efeitos dessa estimulação no cérebro”.

Além disso, a descoberta das respostas neurais em eletrodos parieto-occipitais da linha média à estimulação vibracional da cápsula no intestino permite compreender mais profundamente a função dos sintomas gastrointestinais em diversas patologias e direcionar os estudos sobre a forma como os sentimentos intestinais são processados pelo cérebro humano”.

O estudo reforça a ideia do intestino como o ‘segundo cérebro’? Não é bem assim, eu não gosto desse termo, já que cada órgão tem a sua especialidade e só há um cérebro, mas é óbvio que há uma relação direta” Afirma Dr. Fabiano de Abreu.

Dr. Fabiano de Abreu Agrela Rodrigues, Colunista do Cenário MT é um Pós-doutor e PhD em neurociências eleito membro da Sigma Xi, The Scientific Research Honor Society e Membro da Society for Neuroscience (USA) e da APA - American Philosophical Association, Mestre em Psicologia, Licenciado em Biologia e História; também Tecnólogo em Antropologia com várias formações nacionais e internacionais em Neurociências e Neuropsicologia. É diretor do Centro de Pesquisas e Análises Heráclito (CPAH), Cientista no Hospital Universitário Martin Dockweiler, Chefe do Departamento de Ciências e Tecnologia da Logos University International, Membro ativo da Redilat, membro-sócio da APBE - Associação Portuguesa de Biologia Evolutiva e da SPCE - Sociedade Portuguesa de Ciências da Educação. Membro Mensa, Intertel e Triple Nine Society, sociedades de pessoas com alto QI.