O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), apontou que o deputado licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) segue atuando para influenciar o andamento da ação penal sobre a trama golpista. A decisão publicada nesta quarta-feira (9) determinou a inclusão de um vídeo divulgado por Eduardo nas redes sociais no inquérito que apura crimes de coação no curso do processo e obstrução de investigação.
No vídeo, o também deputado federal Gustavo Gayer (PL-GO) declara que o sistema judiciário brasileiro representa um risco à democracia. A gravação, legendada em inglês, foi feita durante o ato em apoio ao ex-presidente Jair Bolsonaro em 29 de junho, na Avenida Paulista, em São Paulo.
Na decisão, Moraes sustenta que Eduardo Bolsonaro continua praticando atos para “interferir e embaraçar o regular andamento” da ação penal, que está na fase de alegações finais. O ministro ainda solicitou um parecer da Procuradoria-Geral da República (PGR) sobre o caso.
Em março, Eduardo Bolsonaro pediu licença de 122 dias da Câmara dos Deputados e mudou-se para os Estados Unidos alegando perseguição política. Ele é investigado por supostamente incitar o governo norte-americano a adotar medidas contra Moraes, que conduz investigações sobre a tentativa de golpe e o inquérito das fake news.
Na segunda-feira (7), o ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump manifestou apoio a Jair Bolsonaro e criticou o julgamento no STF, classificando-o como “caça às bruxas”. Em resposta, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva declarou que o Brasil é um país soberano e não aceitará interferências externas.