Vazio sanitário da soja termina nesta sexta-feira (15) em MT

Na região de Lucas do Rio Verde, fiscalização do Indea avalia como positivo trabalho realizado durante o período

Fonte: CenárioMT

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Vazio sanitário da soja segue até o dia 15 de setembro (Foto: TVCA/Reprodução)

O vazio sanitário da soja termina nesta sexta-feira (15) em Mato Grosso. Nesse período é proibido plantar ou manter viva uma planta da soja. Ele começou em 15 de junho. Na região de Lucas do Rio Verde, o Indea avalia como positivo o trabalho de fiscalização realizado junto às propriedades rurais.

O engenheiro agrônomo Leandro Oltramari acredita que o cumprimento das medidas fitossanitárias contidas em decreto estadual é resultado do trabalho que vem sendo realizado ao longo dos anos pelo Indea. “Também é fruto também do trabalho de conscientização que é feito junto aos produtores da importância da soja na geração de empregos diretos e indiretos”, pontuou.

O vazio sanitário é uma das principais ferramentas adotadas para reduzir a infestação de pragas e doenças nas lavouras. No caso da soja, a principal é a ferrugem asiática, responsável por prejuízos aos produtores rurais.

Este ano, uma decisão do Ministério da Agricultura permitiu que produtores antecipassem em 15 dias o início da semeadura de soja. Porém, para realizar o plantio antecipado de forma excepcional, o produtor deveria obter a autorização. “Nosso corpo técnico de fiscais identificou algumas poucas irregularidades em que o produtor iniciou o plantio sem autorização. Neste caso, foram tomadas as a todas as medidas legais cabíveis”, informou Oltramari.

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A decisão de antecipar o plantio atendeu pedido da Associação Mato-grossense dos Produtores de Algodão (AMPA). O Indea e entidades, como a Aprosoja, se mostraram contrários a decisão do Ministério da Agricultura.

Importância vazio sanitário

O engenheiro agrônomo do Indea observou que o vazio sanitário é essencial para o controle de pragas como a ferrugem asiática. Como é proibido manter plantas vivas nas propriedades por 90 dias, a medida reduz a presença das chamadas ‘fontes de inóculo’ de todos os complexos de pragas e doenças que existem da soja. “Ele proporciona a redução bastante grande da fonte de inóculo dessas principais pragas e doenças e, principalmente, da ferrugem asiática da soja”.

Leandro Oltramari analisa ainda que o uso indiscriminado de fungicidas ao longo dos anos proporciona até a redução da efetividade de muitos ingredientes ativos. “Hoje não funciona mais. Ao longo dos anos surgem os chamados biótipos resistentes. Então é mais um motivo da importância do vazio sanitário da soja, mais uma ferramenta para o controle da ferrugem asiática da soja”.

O período liberado para semeadura da soja este ano sofreu mudança. Nos anos anteriores o período iniciava em 16 de setembro e se estendia até 31 de dezembro. Este ano ele se encerra uma semana antes, em 24 de dezembro.

O engenheiro agrônomo observa que o produtor deve ter em mente a necessidade de alguns cuidados com o clima para o início do plantio. “É fundamental ter um mínimo de umidade do solo. Nesse primeiro momento vai ser realizado o plantio para aqueles que têm sistema de irrigação, sistema de pivô central, porque para que a cultura se estabeleça de uma forma adequada, é fundamental a presença de umidade”, orienta.

É formado em Jornalismo. Possui experiência em produção textual e, atualmente, dedica-se à redação do CenárioMT produzindo conteúdo sobre política, economia e esporte regional.