Projeto escolar premiado em concurso nacional reduziu em 30% desperdício alimentar

‘Lugar de comida no prato, não no lixo, xô desperdício’ é realizado há dois anos na Escola Vinicius de Moraes

Fonte: CenárioMT

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Arquivo/Escola Vinicius de Moraes

O projeto desenvolvido pela Escola Vinicius de Moraes, de Lucas do Rio Verde, para reduzir o desperdício alimentar na escola foi premiado em concurso nacional. O ‘Lugar de comida no prato, não no lixo. Xô desperdício’ é um dos dez projetos escolhidos em todo o país pela Fundação Nestlé numa iniciativa que prioriza a alimentação saudável de crianças em idade escolar.

Ontem, alunos e professores da escola foram recebidos pelo prefeito em exercício, Marcio Pandolfi. Além do projeto premiado, os estudantes também estão envolvidos com o cultivo de hortaliças. Os dois projetos estão alinhados, pois o da horta escolar absorve as sobras de alimentos que são descartadas diariamente.

‘Lugar de comida no prato, não no lixo. Xô desperdício’ iniciou em 2022 com um grupo de estudantes orientados pela professora de robótica da escola, Kátia Cantao Mundim. Esse ano o projeto foi mantido e ampliado. “A gente achou o ano passado que era um problema na nossa escola, o tamanho do lixo da merenda escolar. Então, através desse projeto, a gente conseguiu reduzir mais de 30% do lixo. A gente diminuiu o tamanho do balde, fez algumas ações de conscientização com as crianças”, descreveu a professora, destacando o envolvimento de professores, da gestão escolar e da Secretaria de Educação.

Prêmio e mentoria

Como uma das duas escolas da região Centro Oeste escolhidas pela Fundação Nestlé, a Vinicius de Moraes ganhará um prêmio de R$ 38 mil em benfeitorias e equipamentos e mentoria. “Ele é um projeto que ele tem que se tornar sustentável”, explica.

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Em relação à mentoria, serão quatro meses de acompanhamento para garantir que o projeto seja aperfeiçoado e continue sendo importante para a comunidade escolar. “A mentoria começou quarta-feira, a gente vai ter duas mentorias semana que vem. Porém, elas acontecerão semanalmente de 3 a 4 horas”, revelou a professora, acrescentando que ela acontece de forma online. “Vai ter mentoria em que a gente vai ter que mandar vídeos, mas ela vai acontecer de forma online e, quem sabe, receber a visita de um deles aqui”.

Desperdício alimentar

Após a visita, o prefeito falou sobre a visita e o que representa o projeto premiado na ação que reuniu escolas de todo o país. Márcio Pandolfi elogiou o desafio assumido pela escola, buscando reduzir o desperdício alimentar na escola.

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Foto: Andrew Aragão/Ascom

“É um projeto que vem dando muito certo e vem reeducando nossos alunos na questão da redução do desperdício. A gente já faz um trabalho muito forte com a merenda escolar, deixando mais saudável e agora a gente aproveitando ainda mais o que é servido, que vai ser consumido”, observou.

Pandolfi também ressaltou a importância do projeto que estimula os alunos a cultivarem horta na escola. “O que sobra da alimentação também está sendo reaproveitado através de compostagem, que vai para a horta, que volta a produzir verduras e tudo mais que volta a ser consumida pelas nossas crianças. É um ciclo muito bacana e essas crianças vão aprendendo muito com isso”, assinalou o prefeito em exercício.

Consciência

Os alunos da Escola Vinicius de Moraes abraçaram a ideia. Rebeca Santos da Silva, que cursa o 4º ano, disse que lugar da comida é no prato, não no lixo. Ela diz que, na hora do lanche, há um cuidado especial com os colegas para não desperdiçarem comida.

“A gente fica cuidando do lanche para as crianças jogarem menos comida fora, que muita gente poderia estar comendo aquela comida que está sendo desperdiçada. É o nosso trabalho, a gente fica cuidando do lixo, às vezes é de manhã, às vezes à tarde e todos os dias”, diz.

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Foto: Andrew Aragão/Ascom

O que aprendem na escola, as crianças também levam para casa. “Agora a gente tá jogando menos comida fora”, disse Rebeca.

O projeto da horta também tem despertado a consciência nos estudantes. Ágata Haddad da Silva Conceição, de 12 anos, e que também está no 4º ano, mostrou conhecimento sobre o assunto.

“Eu trabalho com compostagem. Pego o lixo orgânico da escola, levo para a horta, e então a gente faz a compostagem, vai virar um adubo”, detalha Ágata, citando que esse adubo é espalhado entre as hortaliças.

Apesar desse conhecimento, a estudante não conhecia horta, até participar do projeto, há um mês. “Eu estou achando muito legal trabalhar na horta, porque eu nunca mexi com isso. O mais legal é ir lá, ver, cuidar das plantinhas, ver como é que elas crescem. E crescem muito bonita”, comentou a Ágata. “Eu levo para casa, falo para os meus pais e meus pais gostam muito de planta, principalmente meu padrasto, ele gosta muito”.

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É formado em Jornalismo. Possui experiência em produção textual e, atualmente, dedica-se à redação do CenárioMT produzindo conteúdo sobre política, economia e esporte regional.