Processo de municipalização de ensino preocupa profissionais de duas escolas de Lucas do Rio Verde

Grupo de profissionais esteve na Câmara de Vereadores nesta segunda-feira (12) manifestando preocupação com a proposta do Governo Estadual

Fonte: CenárioMT

Grupo de profissionais de duas escolas da rede estadual de ensino foram à Câmara e manifestaram preocupação com o processo de municipalização das escolas (Foto: CenárioMT)

Um decreto do Governo do Estado deixou preocupados os profissionais que atuam nas escolas Luiz Carlos Ceconello e Márcio Shabat, em Lucas do Rio Verde. O decreto foi publicado no final do ano passado. Nele, fica determinado que a partir deste ano até 2027, os municípios assumam responsabilidade pelos anos iniciais do Ensino Fundamental. O Estado fica com alunos dos anos finais.

De acordo com a assessoria da Secretaria Estadual de Educação (Seduc) haverá um regime de colaboração para implementar o processo. Para viabilizar essas mudanças, o Estado irá disponibilizar os prédios das unidades que estão no planejamento dessa reorganização de oferta para auxiliar aqueles Municípios que atenderão as séries. A Secretaria de Educação garante que não haverá qualquer tipo de prejuízo para os alunos, uma vez que serão asseguradas vagas para todos.

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Regime de colaboração

Pelo decreto, apenas os municípios que possuem condições de receber as matrículas passarão a responder pelo 1º ano do ensino fundamental. “Excepcionalmente, o atendimento aos anos iniciais do ensino fundamental pela Rede Pública Estadual de Ensino poderá permanecer até 2023 nas escolas que comprovarem impossibilidade do atendimento em 2021 e 2022”, diz parte do documento.

Conforme a Seduc, o regime de colaboração não será somente a cessão de prédios, mas também na formação dos professores. O regime de colaboração está previsto na Constituição Federal e no Plano Nacional de Educação (PNE).

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Sem diálogo

Para o Sindicato dos Trabalhadores do Ensino Público (Sintep-MT) o processo de municipalização não envolveu os principais envolvidos: os profissionais da educação. Nos municípios onde o processo avançou mais rapidamente já existem queixas dos profissionais. A presidente do sindicato, Tânia Jorra, assinala que as reclamações são relacionadas ao atendimento dos pedagogos. Com a transferência de responsabilidade entre os entes federativos, eles ficaram sem saber a quem recorrer em algumas situações.

“Os professores não foram ouvidos de um modo geral”, pontua a presidente. “Eles (servidores) prestaram concurso para o Estado, prestam serviço ao Estado, e quando acontece essa situação eles ficam desamparados. E se de repente tem algum problema de saúde, alguma coisa que já está acontecendo com algumas pessoas em outros municípios. Eles adoecem e não tem a quem recorrer. Quem vai amparar quem está adoecido? Município ou Estado? Como fica a questão das licenças, dos direitos de carreira, a questão de mestrado e até de doutorado”, enumerou a sindicalista. “São perguntas que os profissionais fazem e não tem resposta”.

Agenda

Desde o mês passado, município e profissionais das escolas estão buscando ampliar o diálogo. Ainda nesta semana, representantes da Secretaria Municipal de Educação vão se reunir com a Seduc e detalhar o processo de municipalização. Depois deste encontro, deverá ocorrer reunião do município com os profissionais.

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Formado em Jornalismo, possui sólida experiência em produção textual. Atualmente, dedica-se à redação do CenárioMT, onde é responsável por criar conteúdos sobre política, economia e esporte regional. Além disso, foca em temas relacionados ao setor agro, contribuindo com análises e reportagens que abordam a importância e os desafios desse segmento essencial para Mato Grosso. Cargo: Jornalista, DRT: 0001781-MT