Adepto do Candomblé, jogador Paulinho sofre intolerância religiosa após estreia na seleção

Atleta, que é praticante do candomblé, foi ofendido nas redes sociais

Fonte: Carolina Pimentel - Repórter da Agência Brasil - Brasília

Paulinho e alvo de intolerancia religiosa apos jog0015555200202311171754
Atacante Paulinho, jogador do Atlético Mineiro. (Foto: Reprodução)

O atacante Paulinho, do clube Atlético-MG, foi alvo de intolerância religiosa nas redes sociais após sua estreia na seleção brasileira de futebol.

Na última quinta-feira (16), o Brasil foi derrotado de virada por 2 a 1 pela Colômbia em partida válida pela 5ª rodada das Eliminatórias Sul-Americanas para a Copa do Mundo de 2026.

No perfil do jogador nas redes sociais, foram postadas mensagens com ofensas à religião de Paulinho, que é praticante do candomblé. Em diversos posts, ele foi chamado de “macumbeiro”.

No dia 6 deste mês, após ter sido convocado para a seleção, Paulinho postou uma foto com a camisa verde e amarela e a frase: “Nunca foi sorte, sempre foi Exú”. No candomblé, Exu é um orixá, um mensageiro espiritual.

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Mensagens de apoio

O jogador recebeu mensagens de solidariedade em seu perfil. “A intolerância religiosa é crime e deve ser combatida por todos. O Galo repudia veementemente os ataques destinados ao nosso atleta Paulinho, nas redes sociais, durante a partida da Seleção Brasileira. Força, Paulinho. Que sua fé te proteja da maldade alheia!”, disse o clube mineiro, onde o atleta atua.

“É inadmissível tamanha intolerância e racismo religioso, que hoje foram direcionados ao Paulinho, mas que estão cada vez mais crescentes nos esportes e em nossa sociedade. Quero aqui reforçar que estas práticas são criminosas e precisam ser devidamente tratadas”, afirmou o deputado federal Pastor Henrique Vieira (Psol- RJ).

A escola de samba Mocidade postou que em “pleno 2023 e ainda temos que lutar contra intolerância religiosa. Cansa, desgasta, mas, lutaremos até o fim. A Estrela aqui se solidariza com meu caçador e repudia todos os ataques que ele sofreu durante o jogo do Brasil”.

No início do ano, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva sancionou a Lei 14.532/23, que equipara a injúria racial ao crime de racismo. A lei também endurece a pena para quem obstar, impedir ou empregar violência contra quaisquer manifestações ou práticas religiosas.

As religiões de matriz africana estão entre as que sofrem mais sofrem ofensas e discriminação. De acordo com o Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania, nos últimos dois anos, os atos de intolerância religiosa cresceram 45%.

O que é intolerância religiosa

A intolerância religiosa é o desrespeito ao direito das pessoas de manterem suas crenças religiosas. Ela pode se manifestar por meio de ofensas pessoais por conta da religião, discriminação, profanação, agressões e até mesmo violência.

A intolerância religiosa pode ser motivada por diferentes fatores, como o preconceito, o fanatismo religioso ou a falta de conhecimento sobre outras religiões. Ela pode afetar indivíduos, grupos ou comunidades religiosas.

No Brasil, a intolerância religiosa é crime previsto na Lei nº 7.716/1989, que define os crimes resultantes de preconceito de raça ou de cor. A pena para a intolerância religiosa é de reclusão de um a três anos e multa.

Alguns exemplos de intolerância religiosa são:

  • Ofender alguém por sua religião;
  • Discriminar alguém por sua religião;
  • Profanar um templo ou um objeto religioso;
  • Agredir alguém por sua religião;
  • Ameaçar alguém por sua religião.

A intolerância religiosa é um problema sério que pode ter consequências graves para as vítimas. Ela pode levar à exclusão social, à violência e até mesmo à morte.

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É importante combater a intolerância religiosa por meio da educação, da conscientização e da promoção do respeito à diversidade religiosa.

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