Novo estudo pode ter encontrado a cura do Alzheimer. Neurocientista explica descoberta

O gene descoberto, que pode ter relação com os processos do Alzheimer, é bastante promissor para tratamentos contra a doença, afirma o Pós PhD em neurociências, Dr. Fabiano de Abreu Agrela

Fonte: Fabiano de Abreu

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O Alzheimer é uma doença neurodegenerativa que causa diversos problemas como dificuldades de comunicação, raciocínio e perdas de memória, estima-se que cerca de 35,6 milhões de pessoas diagnosticadas atualmente com a doença.

Atualmente, apesar dos tratamentos que proporcionam uma melhor qualidade de vida ao paciente, a doença ainda não tem cura, no entanto, um novo estudo realizado por cientistas do Reino Unido e publicado na revista científica Science descobriu um novo gene que pode estar relacionado às principais causas da doença, o que, de acordo com especialistas, é uma abordagem promissora para tratar a perda de neurônios decorrente da doença.

Entenda o estudo

Um dos principais fatores desencadeantes do Alzheimer é a redução da quantidade de neurônios no paciente, o que ainda não é totalmente compreendido pela ciência, no entanto, sabe-se que um processo conhecido como necroptose está diretamente relacionado.

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A necroptose é um tipo bastante particular de morte celular que faz com que após a morte de um neurônio, os neurônios vizinhos também sejam afetados, gerando um efeito em cascata que acelera a progressão do Alzheimer, conhecido como suicídio celular.

No estudo, entretanto, foi descoberto que, nos espaços gerados entre os neurônios se acumulam amilóides anormais, relacionados ao Alzheimer, gerando uma neuro-inflamação,o que desencadeia alterações na química cerebral interna. Após isso, emaranhados da proteína TAU, também ligado ao Alzheimer, surgem e as células cerebrais passam a produzir um gene de RNA, chamado MEG3, que, por sua vez, desencadeia a necroptose.

Após a descoberta, os cientistas bloquearam a MEG3, o que fez com que as células cerebrais sobrevivessem.

Ao utilizarem um novo modelo, os pesquisadores notaram que apenas os neurônios humanos exibiam traços associados ao Alzheimer, indicando a possível influência de fatores específicos do ser humano na manifestação da doença.

Essa pode ser a cura do Alzheimer?

De acordo com o Pós PhD em Neurociências, especialista em genômica, membro da Royal Society of Biology no Reino Unido, Dr. Fabiano de Abreu Agrela, a descoberta abre novos horizontes para o tratamento de Alzheimer, mas ainda são necessários mais estudos.

O novo estudo traz uma perspectiva mais ampla e completamente nova sobre o Alzheimer envolvendo fatores já conhecidos como as amilóides e proteínas TAU anormais para apontar a relação entre o gene MEG3 e o processo de necroptose, que causa a morte neuronal, o fator-chave para o desenvolvimento do Alzheimer”.

Entender melhor como ocorre a morte neuronal nas doenças neurodegenerativas e os agentes envolvidos nesse fator é fundamental para potencializar os tratamentos para a doença”.

A descoberta da relação entre a MEG3 e o processo de necroptose abre a possibilidade de tratamentos envolvendo o bloqueio do gene para reduzir ou, possivelmente, mitigar o processo, no entanto, para isso ainda serão necessárias novas e mais aprofundadas pesquisas, principalmente para testar o resultado do bloqueio do gene em humanos”, ressalta Dr. Fabiano.

Dr. Fabiano de Abreu Agrela Rodrigues, Colunista do Cenário MT é um Pós-doutor e PhD em neurociências eleito membro da Sigma Xi, The Scientific Research Honor Society e Membro da Society for Neuroscience (USA) e da APA - American Philosophical Association, Mestre em Psicologia, Licenciado em Biologia e História; também Tecnólogo em Antropologia com várias formações nacionais e internacionais em Neurociências e Neuropsicologia. É diretor do Centro de Pesquisas e Análises Heráclito (CPAH), Cientista no Hospital Universitário Martin Dockweiler, Chefe do Departamento de Ciências e Tecnologia da Logos University International, Membro ativo da Redilat, membro-sócio da APBE - Associação Portuguesa de Biologia Evolutiva e da SPCE - Sociedade Portuguesa de Ciências da Educação. Membro Mensa, Intertel e Triple Nine Society, sociedades de pessoas com alto QI.