Diferenças entre pessoas autistas e superdotadas nas relações sociais

Os indivíduos autistas sentem frequentemente desconforto em situações sociais, um sentimento que é intrínseco e difícil de articular.

Fonte: Fabiano de Abreu Agrela

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As diferenças entre pessoas autistas e superdotadas nas relações sociais originam-se de razões distintas:

Os indivíduos autistas sentem frequentemente desconforto em situações sociais, um sentimento que é intrínseco e difícil de articular. Por outro lado, os indivíduos superdotados podem evitar a socialização, mas as suas razões são mais variadas e complexas. Algumas destas razões incluem:

  • Receio inato: Uma apreensão instintiva em relação às interações sociais, processada de maneira única em seus cérebros. Durante a infância, as regiões cerebrais relacionadas ao instinto desenvolvem-se antes daquelas ligadas à maturidade e ao raciocínio. Isso leva crianças e jovens a exibirem comportamentos mais emocionais. Pessoas com alto QI frequentemente têm essas áreas cerebrais mais desenvolvidas, o que pode intensificar sua preocupação instintiva. Com o tempo, contudo, tendem a se socializar mais através do amadurecimento e do uso da região frontal do cérebro.
  • Desconexão intelectual: Sentir-se sobrecarregado ou desalinhado com o nível intelectual do discurso geral, optando pelo distanciamento.
  • Incompreensão pelos outros: Sensação de ser mal compreendido pelos outros, o que pode levar a uma relutância em envolver-se socialmente.
  • Interesses e curiosidades pessoais: Dar prioridade ao tempo para explorar interesses pessoais e satisfazer a sua curiosidade.
  • Foco em tarefas: A dedicação intensa à realização de tarefas, reduzindo o tempo disponível para interações sociais.

É notável que os superdotados possuem a capacidade de adaptar-se e desenvolver habilidades comunicativas, podendo tornar-se bastante sociáveis. Contudo, seu envolvimento em atividades sociais tende a ser transitório e ocasional. Diferentemente de outras pessoas que buscam constantemente interação social, os superdotados podem não sentir a necessidade de estar sempre cercados de amigos ou conhecidos.

Esta análise realça não apenas as diferenças nas experiências sociais de autistas e superdotados, mas também a diversidade e complexidade das interações humanas. Ressalta a importância de compreender e respeitar as diferenças individuais em termos de preferências e capacidades sociais, promovendo uma visão mais inclusiva e empática das relações humanas.

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Dr. Fabiano de Abreu Agrela Rodrigues, Colunista do Cenário MT é um Pós-doutor e PhD em neurociências eleito membro da Sigma Xi, The Scientific Research Honor Society e Membro da Society for Neuroscience (USA) e da APA - American Philosophical Association, Mestre em Psicologia, Licenciado em Biologia e História; também Tecnólogo em Antropologia com várias formações nacionais e internacionais em Neurociências e Neuropsicologia. É diretor do Centro de Pesquisas e Análises Heráclito (CPAH), Cientista no Hospital Universitário Martin Dockweiler, Chefe do Departamento de Ciências e Tecnologia da Logos University International, Membro ativo da Redilat, membro-sócio da APBE - Associação Portuguesa de Biologia Evolutiva e da SPCE - Sociedade Portuguesa de Ciências da Educação. Membro Mensa, Intertel e Triple Nine Society, sociedades de pessoas com alto QI.