O Grupo Tortura Nunca Mais (GTNM-RJ) e outras entidades sociais manifestaram preocupação após a inclusão de imóveis utilizados por movimentos em uma lista de alienação do governo do Rio de Janeiro. Os espaços, muitos deles cedidos há décadas para projetos de interesse público, agora podem ser leiloados.
No caso do GTNM-RJ, a sede em Botafogo foi cedida em 1994 como reconhecimento do trabalho iniciado em 1985, voltado ao acolhimento de vítimas de violência, preservação da memória e defesa dos direitos humanos. Desde então, o grupo atua sem apoio financeiro do Estado, sustentando-se apenas por doações.
Em nota, a entidade destacou que a alienação ameaça a continuidade de suas atividades, fundamentais para a cidadania e a democracia brasileira. Mais de 800 pessoas já assinaram um abaixo-assinado pedindo a manutenção da sede, localizada na Rua General Polidoro, 238.
O caso chegou à Assembleia Legislativa do Rio (Alerj). O presidente da Comissão de Constituição e Justiça, deputado Rodrigo Amorim (União), designou Alexandre Knoploch (PL) para liderar um grupo de trabalho e anunciou que vistorias serão realizadas nos imóveis listados. Um relatório inicial deve ser apresentado em breve.
A lista de alienação inclui também o Estádio Caio Martins, em Niterói, o Batalhão de Polícia Militar do Leblon, a Escola Villa-Lobos e a sede do Grupo Arco-Íris.
Em resposta, a Casa Civil afirmou que o projeto de lei tem caráter autorizativo. Se aprovado, caberá ao governo definir prazos e avaliar cada caso, garantindo a continuidade de serviços prestados por instituições de relevância social.















