Após ocupar a mesa diretora do Senado por quase 48 horas, a oposição desmobilizou o protesto na manhã desta quinta-feira (7), sem conseguir que o presidente da Casa, Davi Alcolumbre (União-AP), se comprometesse a pautar o impeachment do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
A manifestação teve início depois que Moraes decretou prisão domiciliar para o ex-presidente Jair Bolsonaro. Bolsonaro é réu por tentativa de golpe de Estado e investigado por suposta obstrução de processo penal, em um caso que envolve também medidas dos Estados Unidos contra o Brasil e sanções da Casa Branca dirigidas ao próprio Moraes.
O líder da oposição no Senado, Rogério Marinho (PL-RN), afirmou que a mobilização surtiu efeito ao ampliar o número de senadores favoráveis à abertura do processo contra Moraes. “É evidente que o senador Davi vai se pautar pelo ambiente político. Na hora em que a maioria do Senado se posiciona, não tenha dúvida que isso vai pesar na posição do senador Davi”, declarou Marinho.
De acordo com a Constituição, cabe exclusivamente ao presidente do Senado decidir sobre a abertura de pedidos de impeachment contra ministros do STF. Até o momento, Alcolumbre evita se comprometer com o tema. Questionado nesta manhã ao entrar no plenário, limitou-se a dizer: “vamos trabalhar”.