Durante evento no Espírito Santo nesta sexta-feira, o presidente Lula voltou a defender uma jornada de trabalho mais flexível e criticou o modelo atual de seis dias de serviço por apenas um de descanso.
Segundo ele, é necessário abrir espaço para um diálogo entre trabalhadores e empresários com o objetivo de criar novas formas de organização do tempo laboral. “As pessoas querem mais tempo em casa, para cuidar da família. Precisamos inventar um jeito diferente de trabalhar”, declarou.
O tema já havia sido abordado por Lula no Dia do Trabalhador deste ano, quando sugeriu a revisão da escala 6 por 1. Nesta nova manifestação, ele ressaltou o desgaste do modelo vigente: “O trabalhador não aguenta mais sair de casa às cinco da manhã e voltar às sete da noite, seis dias por semana. A juventude já não quer mais isso”.
Lula também propôs a participação de universidades e organizações do trabalho em estudos que possam viabilizar mudanças, com foco em mais qualidade de vida e mobilidade para os trabalhadores.
O debate em torno do fim da escala 6 por 1 ganhou visibilidade no fim de 2024 e voltou à pauta com manifestações de rua nesta quinta-feira. No Congresso Nacional, a proposta de emenda à Constituição que prevê a extinção desse modelo ainda não avançou. Apesar de ser tratada como prioridade por líderes do governo, a proposta encontra resistência no setor empresarial, que aponta aumento nos custos operacionais como principal obstáculo.