O líder do PT na Câmara dos Deputados, Lindbergh Farias (PT-RJ), criticou a tarifa de 50% imposta por Donald Trump sobre exportações brasileiras. Ele classificou a decisão como um ataque à economia, às instituições e à soberania nacional, destacando a necessidade de uma reação governamental.
“Temos um ataque econômico, mas também um ataque às instituições, à democracia e ao Supremo Tribunal Federal”, afirmou Farias em pronunciamento, reforçando a intenção de articular uma resposta junto ao Itamaraty e ao Congresso.
Trump justificou a medida mencionando o ex-presidente Jair Bolsonaro, réu no Supremo Tribunal Federal por tentativa de golpe de Estado, e citando ordens judiciais contra aliados do ex-presidente que vivem nos Estados Unidos.
Outros deputados de esquerda também se manifestaram. Duda Salabert (PDT-MG) criticou colegas que apoiam a política de Trump, questionando seu compromisso com o país: “É o momento de saber quem defende o povo brasileiro.”
Jandira Feghali (PCdoB-RJ) defendeu o uso de medidas de reciprocidade para responder às tarifas. “O governo tem autonomia para adotar tarifas iguais”, disse. Ela ainda pediu responsabilização política de parlamentares alinhados a Trump, citando o deputado licenciado Eduardo Bolsonaro.
Pompeo de Matos (PDT-RS) anunciou a apresentação de uma moção de repúdio no Congresso. “Estão nos tratando como subservientes. Temos que dizer não a essa taxação absurda”, declarou.
Processo no STF
Em paralelo, avança no Supremo o julgamento que investiga Bolsonaro e aliados por tentativa de golpe de Estado. O processo entrou na fase de alegações finais após despacho do ministro Alexandre de Moraes. A Procuradoria-Geral da República, o delator Mauro Cid e as defesas dos réus terão 15 dias cada para se manifestar.
Os oito acusados, incluindo Bolsonaro, respondem por crimes como organização criminosa armada e tentativa de abolir violentamente o Estado Democrático de Direito, com penas que podem ultrapassar 40 anos de prisão.