A Procuradoria-Geral da República (PGR) voltou a defender a condenação dos dez réus do chamado núcleo 3 da trama golpista, acusado de tentar manter o ex-presidente Jair Bolsonaro no poder após a derrota eleitoral de 2022.
Segundo o procurador-geral, Paulo Gonet, as investigações revelaram a intenção de sequestrar e matar autoridades, incluindo o ministro Alexandre de Moraes, o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva e o vice eleito Geraldo Alckmin, antes da posse em janeiro de 2023. Mensagens apreendidas apontam discussões explícitas sobre eliminar adversários.
O grupo, composto por nove militares do Exército e um policial federal, teria realizado monitoramentos de deslocamentos e rotinas das autoridades no fim de 2022. Entre as provas, a Polícia Federal identificou documentos que detalhavam planos de execução, como o chamado Punhal Verde e Amarelo e a operação Copa 2022.
O julgamento ocorre na Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF), composta por Alexandre de Moraes, Cristiano Zanin, Flávio Dino e Cármen Lúcia. Nesta fase, são apresentadas as sustentações da acusação e das defesas.
Os denunciados respondem por organização criminosa armada, tentativa de golpe de Estado, abolição violenta do Estado Democrático de Direito, dano qualificado e deterioração de patrimônio tombado. Eles ficaram conhecidos como “kids-pretos”, integrantes de forças especiais do Exército.
A PGR pediu a desclassificação da acusação para o tenente-coronel Ronald Ferreira de Araújo Júnior, permitindo possível acordo para evitar condenação. Até agora, o STF já condenou 15 réus relacionados à trama, envolvendo outros núcleos da organização.

















