Militar se recusa a responder PGR em interrogatório no STF

Tenente-coronel Rodrigo Bezerra Azevedo respondeu apenas ao juiz e à própria defesa durante audiência por videoconferência.

Fonte: CenárioMT

Brasília (DF) 11/04/2023 Fachada do palácio do Supremo Tribunal Federal (STF) Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil
Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil

O tenente-coronel Rodrigo Bezerra Azevedo, integrante do Batalhão de Forças Especiais do Exército conhecido como ‘kids pretos’, se recusou a responder às perguntas da Procuradoria-Geral da República (PGR) durante interrogatório no Supremo Tribunal Federal (STF).

Preso há oito meses, Azevedo é um dos acusados no Núcleo 3 da denúncia apresentada pela PGR e foi ouvido pelo juiz auxiliar Rafael Tamai, que atua no gabinete do ministro Alexandre de Moraes, relator dos processos relacionados à suposta tentativa de golpe.

Segundo a acusação, Azevedo teria participado de uma operação clandestina em 15 de dezembro de 2022 para monitorar a rotina de Moraes. As investigações indicam que o militar utilizava o codinome “Brasil” em mensagens interceptadas, enviadas de um aparelho que foi reabilitado posteriormente em seu nome.

Durante o interrogatório, realizado por videoconferência, o tenente-coronel optou por responder apenas às perguntas do magistrado e de sua defesa.

Ele negou envolvimento no monitoramento de autoridades e afirmou estar de férias com a família na Espanha na data dos supostos fatos. Azevedo também declarou que não há provas contra ele e atribuiu sua prisão a um erro da Polícia Federal. “Estou sendo indevidamente acusado por um erro da Polícia Federal. Sem qualquer prova, utilizando informações inverídicas, induziu a Justiça”, afirmou.

Réus têm o direito de permanecer em silêncio diante de questionamentos feitos pela acusação e pelo relator do processo.

Outros interrogados

Além de Azevedo, outros nove integrantes do Núcleo 3 também foram interrogados nesta segunda-feira. O grupo inclui militares do Exército e um policial federal, todos acusados de planejar ações táticas para a execução de um plano golpista, incluindo o monitoramento do ministro Alexandre de Moraes e do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Confira os nomes dos demais réus:

  • Bernardo Romão Correa Netto (coronel);
  • Estevam Theophilo (general);
  • Fabrício Moreira de Bastos (coronel);
  • Hélio Ferreira (tenente-coronel);
  • Márcio Nunes de Resende Júnior (coronel);
  • Rafael Martins de Oliveira (tenente-coronel);
  • Ronald Ferreira de Araújo Júnior (tenente-coronel);
  • Sérgio Ricardo Cavaliere de Medeiros (tenente-coronel);
  • Wladimir Matos Soares (policial federal).