O ministro Alexandre de Moraes deu início ao julgamento envolvendo o núcleo 3 da trama golpista que buscava impedir a posse de Luiz Inácio Lula da Silva após as eleições de 2022. A ação envolve nove militares do Exército e um policial federal, acusados de monitorar o próprio ministro e outras autoridades, incluindo o então presidente eleito e o vice eleito, Geraldo Alckmin.
De acordo com a denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República, o grupo teria planejado sequestrar e eliminar Moraes, além de matar Lula e Alckmin antes da posse, como parte de um esforço para manter o ex-presidente Jair Bolsonaro no comando do país.
As ações foram classificadas como parte da chamada “Operação Copa 2022”, vinculada ao plano denominado Punhal Verde e Amarelo, identificado em documentos apreendidos pela Polícia Federal.
Moraes leu o relatório que resume a tramitação do caso, destacando que o monitoramento começou em novembro de 2022. Após o relatório, acusação e defesa terão oportunidade de se manifestar.
Os réus respondem por organização criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado e deterioração de patrimônio tombado. Parte dos acusados pertence ao grupo conhecido como “kids-pretos”, ligado às forças especiais do Exército.
A sessão desta terça-feira é dedicada às sustentações orais. O julgamento prossegue nas próximas sessões da Primeira Turma do STF.
Réus do núcleo 3:
- Bernardo Romão Correa Netto (coronel)
- Estevam Theophilo (general)
- Fabrício Moreira de Bastos (coronel)
- Hélio Ferreira Lima (tenente-coronel)
- Márcio Nunes de Resende Júnior (coronel)
- Rafael Martins de Oliveira (tenente-coronel)
- Rodrigo Bezerra de Azevedo (tenente-coronel)
- Ronald Ferreira de Araújo Júnior (tenente-coronel)
- Sérgio Ricardo Cavaliere de Medeiros (tenente-coronel)
- Wladimir Matos Soares (policial federal)
Sobre Ronald Ferreira de Araújo Júnior, a PGR pediu que a acusação seja reclassificada para incitação das Forças Armadas contra os poderes constituídos, o que pode permitir acordo e evitar condenação.
Até o momento, o STF já condenou 15 envolvidos na trama. O julgamento do núcleo 2 está previsto para começar em 9 de dezembro.

















