Heleno se distanciou de Bolsonaro e nega envolvimento em golpe

A defesa do general Augusto Heleno reforça que ele não participou de planos para reverter as eleições de 2022 e se afastou do ex-presidente Bolsonaro.

Fonte: CenárioMT

Heleno se distanciou de Bolsonaro e nega envolvimento em golpe
Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/Agência Brasil

A defesa do general Augusto Heleno, ex-ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), apresentou nesta quarta-feira (3) argumentos de que o militar se afastou do ex-presidente Jair Bolsonaro, chegando a raramente se reunir com ele ao final do mandato. Por esse motivo, Heleno nunca discutiu qualquer tentativa de golpe com Bolsonaro.

Segundo o advogado Matheus Milanez, que representa Heleno, o distanciamento se intensificou quando Bolsonaro se aproximou do Centrão e se filiou ao PL, afastando-se da cúpula do poder. Durante sustentação oral no julgamento do caso, Milanez destacou que testemunhos de servidores do GSI indicam uma clara redução da influência do general.

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O julgamento da Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) prossegue nesta quarta-feira e avalia a possível condenação de Bolsonaro e sete aliados por tentativa de reverter o resultado das eleições de 2022.

Como evidência do distanciamento, a defesa apresentou anotações da agenda pessoal de Heleno, incluindo uma recomendação ao ex-presidente para tomar a vacina contra a covid-19, atitude que Bolsonaro recusou durante a pandemia. Além disso, Milanez contestou provas da Procuradoria-Geral da República que supostamente ligariam Heleno à trama golpista.

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O advogado também explicou que uma fala de Heleno sobre a necessidade de “fazer alguma coisa antes das eleições” foi interpretada erroneamente, tendo caráter legalista e não golpista. Heleno reafirmou que respeita os resultados das urnas e não participou de planos pós-eleitorais.

Milanez ainda ressaltou que não há registros de conversas de Heleno com outros envolvidos sobre a execução do golpe, e que a agenda apresentada como prova foi manipulada, com páginas esquecidas e construções de raciocínio distorcidas.

Segundo a defesa, a Polícia Federal contribuiu para interpretações equivocadas sobre o envolvimento do general na trama.

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Graduado em Jornalismo pelo Unasp (Centro Universitário Adventista de São Paulo): Base sólida em teoria e prática jornalística, com foco em ética, rigor e apuração aprofundada.