Fux afirma que competência do STF não inclui julgamento político de Bolsonaro

O ministro do STF, Luiz Fux, destacou que o tribunal deve atuar com cautela e rigor técnico, limitando-se ao âmbito legal e constitucional.

Fonte: CenárioMT

Fux afirma que competência do STF não inclui julgamento político de Bolsonaro
Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil

Ao abrir seu voto no julgamento contra o ex-presidente Jair Bolsonaro, nesta quarta-feira (10), o ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal (STF), enfatizou que a Corte não tem papel político, mas deve decidir com objetividade sobre questões criminais.

“Não compete ao Supremo Tribunal Federal realizar um juízo político do que é bom ou ruim, conveniente ou inconveniente, apropriado ou inapropriado. Compete a este tribunal afirmar o que é constitucional ou inconstitucional, legal ou ilegal”, afirmou Fux.

O ministro reforçou que sua atuação exige rigor técnico e minimalismo interpretativo, evitando confundir o papel do julgador com o do agente político.

[Continua depois da Publicidade]

Segundo Fux, o Poder Judiciário deve atuar na mesma cautela tanto na jurisdição constitucional quanto na criminal.

A Primeira Turma do Supremo retomou o julgamento sobre a trama que teria tentado manter Bolsonaro no poder após a derrota nas eleições de 2022, com Fux sendo o terceiro a votar. Antes dele, os ministros Alexandre de Moraes e Flávio Dino votaram pela condenação de todos os oito réus pelos cinco crimes imputados pela Procuradoria-Geral da República (PGR).

[Continua depois da Publicidade]

O ministro sinalizou que apresentará divergências em questões preliminares e no mérito, incluindo a opinião de que a competência para julgar o caso deveria ser da primeira instância da Justiça Federal. Ele alertou que seu voto será extenso.

Quem são os réus

  • Jair Bolsonaro – ex-presidente da República;
  • Alexandre Ramagem – ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin);
  • Almir Garnier – ex-comandante da Marinha;
  • Anderson Torres – ex-ministro da Justiça e ex-secretário de Segurança do Distrito Federal;
  • Augusto Heleno – ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI);
  • Paulo Sérgio Nogueira – ex-ministro da Defesa;
  • Walter Braga Netto – ex-ministro da Defesa e candidato a vice de Bolsonaro em 2022;
  • Mauro Cid – ex-ajudante de ordens de Bolsonaro.

Crimes

Os réus respondem por organização criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado pela violência e grave ameaça, além de deterioração de patrimônio tombado. Alexandre Ramagem, atualmente deputado federal, teve parte das acusações suspensas, respondendo por três dos cinco crimes, conforme previsto na Constituição. A suspensão inclui crimes relacionados a danos graves à União e ao patrimônio público nos atos golpistas de 8 de janeiro.

Para receber nossas notícias em primeira mão, adicione CenárioMT às suas fontes preferenciais no Google Notícias .
Gabriela Cordeiro Revirth, independente jornalista e escritora, é uma pesquisadora apaixonada de astrologia, filmes, curiosidades. Ela escreve diariamente para o Portal de Notícias CenárioMT para partilhar as suas descobertas e orientar outras pessoas sobre esses assuntos. A autora está sempre à procura de novas descobertas para se manter atualizada.