O ministro da Defesa, José Múcio, afirmou que as Forças Armadas cumprirão a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) no julgamento que envolve o ex-presidente Jair Bolsonaro e militares acusados de tentativa de golpe após as eleições de 2022. Segundo ele, o papel da instituição é servir ao país e respeitar a Justiça.
“O lema das Forças Armadas é respeitar a decisão da Justiça. Esse assunto é um problema da Justiça e da política. As Forças Armadas servem ao país. Estamos conscientes de que tínhamos que passar por isso tudo, estamos serenos e aguardando o veredito da Justiça, que será cumprido”, disse Múcio.
A declaração ocorreu após reunião entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e os comandantes da Marinha, Aeronáutica e Exército, que tratou principalmente do desfile de 7 de setembro em Brasília. O tema do julgamento no STF, segundo o ministro, não esteve na pauta.
Questionado sobre a proposta de anistia aos acusados de tentativa de golpe, defendida por parte da oposição no Congresso, Múcio disse desconhecer o texto e destacou que essa é uma discussão parlamentar. Ele ponderou, no entanto, que uma disputa entre os poderes não contribui para o país.
“Se for discutido de forma construtiva e não como uma disputa de forças, pode ter relevância. Essa queda de braço não serve ao país. O momento exige união para construir o Brasil”, completou.
Julgamento no STF
O STF iniciou nesta semana o julgamento do núcleo principal da trama golpista, supostamente liderada por Bolsonaro, que buscava anular o resultado das eleições de 2022. A Procuradoria-Geral da República (PGR) acusa o ex-presidente de planejar assassinatos do então presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva, de seu vice Geraldo Alckmin e do ministro do STF Alexandre de Moraes.
Além de Bolsonaro, outros sete aliados estão no banco dos réus, incluindo o ex-ministro da Defesa Paulo Nogueira Batista, o almirante Almir Garnier, o general Augusto Heleno e o general Braga Netto. Todos negam as acusações. O julgamento deve seguir até a próxima semana.