Defesa nega que ex-comandante da Marinha tenha apoiado golpe

A defesa de Almir Garnier contestou no STF a acusação de que o ex-comandante teria colocado tropas à disposição de um golpe de Estado em 2022.

Fonte: CenárioMT

Defesa nega que ex-comandante da Marinha tenha apoiado golpe
Defesa nega que ex-comandante da Marinha tenha apoiado golpe - Foto: Gustavo Moreno/STF

A defesa do almirante Almir Garnier afirmou nesta terça-feira (2) que o ex-comandante da Marinha não colocou as tropas à disposição da tentativa de golpe de Estado que buscava reverter o resultado das eleições de 2022.

Durante o julgamento do núcleo 1 da chamada trama golpista, o advogado Demóstenes Torres negou que Garnier tivesse oferecido a Marinha ao ex-presidente Jair Bolsonaro em caso de decretação de estado de sítio ou operação de Garantia da Lei e da Ordem (GLO). O defensor também pediu a absolvição do militar.

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Segundo denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR), Garnier teria participado de uma reunião com Bolsonaro em que foram apresentadas minutas de medidas de exceção. A acusação aponta que, enquanto Exército e Aeronáutica rejeitaram a proposta, o almirante teria dito que suas tropas estariam “à disposição”. Torres contestou a versão: “Não existiu essa reunião. Essa é a acusação principal”.

O advogado também pediu a anulação do acordo de delação do ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, tenente-coronel Mauro Cid, alegando que ele teria fornecido informações equivocadas e posteriormente corrigidas sob pressão.

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Liberdade de expressão

Torres ainda defendeu que críticas às urnas eletrônicas devem ser consideradas manifestações protegidas, mesmo que incorretas. Segundo ele, é preciso tolerar “bobagens” sobre o sistema de votação sem que isso seja caracterizado como golpe de Estado.

Réus do julgamento

Entre os acusados no processo estão Jair Bolsonaro, Alexandre Ramagem, Almir Garnier, Anderson Torres, Augusto Heleno, Paulo Sérgio Nogueira, Walter Braga Netto e Mauro Cid. Eles respondem por crimes como organização criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e deterioração de patrimônio tombado.

Primeiro dia de julgamento

No início da sessão, o ministro Alexandre de Moraes, relator do caso, apresentou o relatório com o histórico das investigações. O procurador-geral da República, Paulo Gonet, defendeu a condenação dos acusados. Estão previstas oito sessões para a análise, com votações a partir das próximas reuniões. As penas podem ultrapassar 30 anos de prisão.

No caso de Alexandre Ramagem, atualmente deputado federal, parte das acusações foi suspensa, restando apenas três dos cinco crimes atribuídos aos demais réus, conforme previsto na Constituição.

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Gustavo Praiado é jornalista com foco em notícias de agricultura. Com uma sólida formação acadêmica e vasta experiência no setor, Gustavo se destaca na cobertura de temas relacionados ao agronegócio, desde insumos até tendências e desafios do setor. Atualmente, ele contribui com análises e reportagens detalhadas sobre o mercado agrícola, oferecendo informações relevantes para produtores, investidores e demais profissionais da área.