Defesa chama minuta encontrada na casa de Anderson Torres de ‘minuta do Google’

Advogado do ex-ministro afirmou no STF que o documento não tem valor jurídico e está disponível na internet de forma apócrifa.

Fonte: CenárioMT

Defesa chama minuta encontrada na casa de Anderson Torres de 'minuta do Google'
Foto: Gustavo Moreno/STF

A defesa de Anderson Torres, ex-ministro da Justiça e ex-secretário de Segurança Pública do Distrito Federal, classificou como ‘minuta do Google’ o documento apreendido em sua casa durante investigação da Polícia Federal.

A manifestação ocorreu nesta terça-feira (2), durante julgamento do núcleo 1 da suposta trama golpista, na Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF). O advogado Eumar Novacki afirmou que o texto está disponível online, sem autoria definida, e não possui validade jurídica.

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O material, conhecido como ‘minuta do golpe’, foi encontrado impresso na residência de Torres durante busca e apreensão. Segundo a defesa, nunca houve circulação ou discussão do documento.

Novacki também contestou as acusações ligadas aos atos de 8 de janeiro de 2023. De acordo com a Procuradoria-Geral da República (PGR), Torres se ausentou do Distrito Federal no período dos ataques, enquanto exercia o cargo de secretário de Segurança. A defesa alegou que a viagem aos Estados Unidos já estava programada com antecedência e tinha caráter de férias familiares.

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Outro ponto rebatido foi a suspeita de que Torres, ainda como ministro da Justiça de Jair Bolsonaro, teria autorizado operações da Polícia Rodoviária Federal (PRF) para dificultar o transporte de eleitores no Nordeste durante o segundo turno das eleições de 2022. “Não há uma ação direta de Anderson Torres”, declarou Novacki.

Réus do núcleo 1

  • Jair Bolsonaro – ex-presidente;
  • Alexandre Ramagem – ex-diretor da Abin;
  • Almir Garnier – ex-comandante da Marinha;
  • Anderson Torres – ex-ministro da Justiça;
  • Augusto Heleno – ex-ministro do GSI;
  • Paulo Sérgio Nogueira – ex-ministro da Defesa;
  • Walter Braga Netto – ex-ministro e candidato à vice em 2022;
  • Mauro Cid – ex-ajudante de ordens de Bolsonaro.

Primeiro dia do julgamento

O relator Alexandre de Moraes apresentou o relatório da ação penal, que reúne o histórico das investigações e das alegações finais. Em seguida, o procurador-geral da República, Paulo Gonet, defendeu a condenação dos acusados.

O Supremo reservou oito sessões para o julgamento, nos dias 2, 3, 9, 10 e 12 de setembro. A fase inicial foi dedicada às manifestações das defesas e da PGR. A votação, que pode levar a penas superiores a 30 anos de prisão, deve começar nas próximas etapas.

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Graduado em Jornalismo pelo Unasp (Centro Universitário Adventista de São Paulo): Base sólida em teoria e prática jornalística, com foco em ética, rigor e apuração aprofundada.