O diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, afirmou que as investigações conduzidas pelo órgão não identificam qualquer cooperação entre facções brasileiras e grupos classificados como terroristas por outros países. A declaração foi feita durante sessão da CPI do Senado que apura a atuação do crime organizado.
Questionado pelo senador Hamilton Mourão, Rodrigues destacou que relatos sobre supostas conexões não se sustentam quando submetidos à apuração detalhada. Segundo ele, não há elementos concretos que indiquem vínculos operacionais entre organizações criminosas e grupos extremistas estrangeiros.
Mourão citou a Tríplice Fronteira, entre Brasil, Paraguai e Argentina, região frequentemente associada por autoridades internacionais à presença de organizações consideradas terroristas. Apesar disso, o diretor-geral reiterou que as investigações brasileiras não confirmam esse cenário e que tais alegações costumam ser usadas como instrumento de pressão geopolítica.
Especialistas em relações internacionais alertam que o discurso de combate ao terrorismo tem sido utilizado por potências estrangeiras para justificar interferências em outros países, o que poderia alcançar também o Brasil.
Tríplice fronteira
Em maio, o governo dos Estados Unidos ofereceu recompensa de US$ 10 milhões por informações que ajudem a interromper supostos mecanismos financeiros do Hezbollah na região da Tríplice Fronteira. Washington afirma que o grupo atua no local por meio de atividades ilegais.
O Paraguai, que mantém relação próxima com EUA e Israel, anunciou que receberá um escritório do FBI para reforçar ações de investigação na área. Embora não seja classificado como terrorista pela ONU, o Hezbollah é considerado uma organização terrorista por países como Estados Unidos, Reino Unido, Alemanha e Israel. Fundado em 1982, o grupo também integra a política institucional do Líbano.


















