Câmara retira MP do IOF da pauta e texto perde validade

A Medida Provisória que previa taxação de rendimentos financeiros e apostas esportivas não foi votada e, com isso, caducou.

Fonte: CenárioMT

Câmara retira MP do IOF da pauta e texto perde validade
Câmara retira MP do IOF da pauta e texto perde validade - Foto: Lula Marques/Agência Brasil

A Câmara dos Deputados aprovou a retirada da Medida Provisória (MP) 1303/2025 da pauta de votação, que buscava taxar rendimentos de aplicações financeiras e apostas esportivas, compensando a revogação de um decreto que aumentava o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF).

A MP precisava ser aprovada até esta quarta-feira (8) para manter sua validade. Com a retirada da pauta, o texto caducou, registrando 251 votos favoráveis e 193 contrários ao pedido, apresentado pela oposição.

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Mais cedo, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, havia cobrado que o Congresso cumprisse o acordo firmado com o governo para aprovar a MP, ressaltando que o governo manteve diálogo e fez concessões. Apesar disso, partidos do centrão se posicionaram contra a medida.

O relator da MP, Carlos Zarattini (PT-SP), afirmou que atendeu a quase todos os pedidos dos parlamentares. Segundo ele, o texto havia sido construído de forma consensual e tinha condições de aprovação e sanção presidencial.

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MP do IOF

A versão original propunha taxar bilionários, bancos e apostas esportivas, com alíquotas entre 12% e 18%, além de tributar aplicações financeiras como LCA, LCI e LCD, e juros sobre capital próprio. A arrecadação prevista era de R$ 10,5 bilhões em 2025 e R$ 21 bilhões em 2026, mas caiu para R$ 17 bilhões após negociações. Os recursos iriam compor o Orçamento e contribuir para a meta de superávit de R$ 34,3 bilhões em 2026.

Líderes políticos reagiram à caducidade da MP. Lindbergh Farias (PT) classificou a decisão como sabotagem política, enquanto Talíria Petrone (PSOL-RJ) denunciou uma tentativa de antecipar o debate eleitoral presidencial. Mendonça Filho (União-PE) criticou a MP, chamando-a de medida enganosa, criada para substituir o aumento do IOF, que arrecada cerca de R$ 30 bilhões ao ano.

Com a não aprovação da MP, o governo deverá realizar novo bloqueio de despesas em 2025, incluindo emendas parlamentares, e a perda de arrecadação estimada é de R$ 35 bilhões em 2026.

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Graduado em Jornalismo pelo Unasp (Centro Universitário Adventista de São Paulo): Base sólida em teoria e prática jornalística, com foco em ética, rigor e apuração aprofundada.