A revista britânica The Economist trouxe nesta quinta-feira (28) uma edição que destaca o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro e de sete aliados, acusados de articular uma trama golpista para reverter o resultado das eleições de 2022.
Bolsonaro aparece na capa com o rosto pintado de verde e amarelo e usando um chapéu viking de pele, em referência ao episódio do Capitólio nos Estados Unidos, quando apoiadores de Donald Trump tentaram impedir a certificação da vitória de Joe Biden, em janeiro de 2021.
A reportagem, intitulada “O que o Brasil pode ensinar à América”, afirma que o país dá uma lição de maturidade democrática em comparação aos Estados Unidos, que, segundo a publicação, estariam se tornando “mais corruptos, protecionistas e autoritários”.
Relembre o caso
A ação penal 2668 é a mais avançada relacionada à tentativa de golpe investigada pela Procuradoria-Geral da República (PGR) e mira o chamado núcleo “crucial”, formado pelas principais lideranças do complô.
De acordo com a denúncia do procurador-geral Paulo Gonet, baseada em investigações da Polícia Federal, Bolsonaro teria liderado o plano para se manter no poder mesmo após a derrota nas eleições de 2022. A estratégia incluía ataques ao sistema eletrônico de votação, com o objetivo de desacreditar o processo eleitoral e criar ambiente para ruptura institucional.
O plano culminou em 8 de janeiro de 2023, quando apoiadores do ex-presidente invadiram e depredaram as sedes dos Três Poderes, em Brasília. Segundo a acusação, chegaram a ser cogitados sequestros e assassinatos de autoridades, incluindo o ministro Alexandre de Moraes, o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva e o vice Geraldo Alckmin.
A defesa de todos os acusados nega as acusações e pede absolvição.