Pf ouve advogados de Bolsonaro em apuração sobre obstrução

A Polícia Federal tomou os depoimentos de ex e atuais defensores de Bolsonaro e de um ex-assessor, investigando suposta tentativa de obstrução.

Fonte: CenárioMT

Pf ouve advogados de Bolsonaro em apuração sobre obstrução
Pf ouve advogados de Bolsonaro em apuração sobre obstrução - Foto: Rafa Neddermeyer/Agência Brasil

A Polícia Federal ouviu nesta terça-feira (1º) os advogados Fábio Wajngarten, Paulo Cunha Bueno e Eduardo Kuntz, além do coronel Marcelo Câmara, ex-assessor de Jair Bolsonaro. Os depoimentos ocorreram simultaneamente em salas distintas, como parte de um inquérito que apura suposta tentativa de obstrução em ação penal sobre planos golpistas para manter Bolsonaro no poder.

Wajngarten, Bueno e Kuntz compareceram à sede da Polícia Federal em São Paulo, por volta das 14h30, sem dar declarações à imprensa. Mesmo estando em São Paulo, eles foram ouvidos por videoconferência por policiais federais em Brasília. Já Marcelo Câmara, preso na capital federal, foi interrogado presencialmente.

Os depoimentos foram determinados pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). A decisão ocorreu após o tenente-coronel Mauro Cid entregar documentos à Polícia Federal com relatos de sua mãe, esposa e filha sobre supostas abordagens de Wajngarten e Bueno para saber detalhes de sua delação e tentar influenciar na escolha de sua defesa.

De acordo com a defesa de Cid, os advogados teriam pressionado familiares para obter informações sobre o acordo de colaboração premiada. Moraes considerou que os fatos relatados configuram indícios de crime de obstrução de investigação envolvendo organização criminosa. Kuntz também será investigado por supostamente ter procurado insistentemente a filha menor de Cid.

Após prestar depoimento, Wajngarten declarou à imprensa que vai estudar medidas judiciais contra o que chamou de acusação caluniosa. Ele negou qualquer tentativa de atrapalhar as investigações e afirmou que não conversa com a família de Cid desde agosto de 2023. Segundo ele, o único contato com a filha de Cid teria sido para falar sobre um campeonato de hipismo. Para Wajngarten, o inquérito teria motivação política, com objetivo de inviabilizar Bolsonaro na eleição de 2026.

A Polícia Federal não comentou oficialmente sobre os depoimentos.