A demanda por minerais por energia limpa quadruplicará até 2040 para atingir as metas de emissões zero

Fonte: CenárioMT

ENERGIA LIMPA

Em um relatório publicado na quarta-feira, a Agência Internacional de Energia (AIE) indica que, se a transição energética fosse mais rápida, com vistas a alcançar a neutralidade de carbono em meados do século, as necessidades minerais para essas tecnologias seriam multiplicadas seis vezes.

A título de exemplo, um carro elétrico precisa de seis vezes mais do que um convencional e uma instalação de turbina eólica em terra nove vezes mais do que uma usina de gás com capacidade de geração equivalente.

A AIE adverte que, se não forem tomadas medidas para responder a essa explosão de demanda por uma série de minerais essenciais para veículos elétricos e suas baterias, para redes elétricas ou para turbinas eólicas, os objetivos de contenção das mudanças climáticas podem ser comprometidos.

UMA PRODUÇÃO MUITO CONCENTRADA DE ENERGIA LIMPA

Entre eles, a forte concentração da produção dos minerais fundamentais: os três primeiros países em que lítio, cobalto ou terras raras são extraídos representam cerca de dois terços do total mundial.

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Essa concentração é ainda mais acentuada no processamento: a China monopoliza 40% do cobre, quase 60% do lítio, mais de 60% do cobalto e cerca de 90% das terras raras.

Outro problema são os longos prazos para o desenvolvimento de projetos de mineração. A IEA lembra que, em média, 16 anos se passam desde a descoberta até o início da exploração.

Uma maneira de reduzir a pressão é tentar reduzir a quantidade de material usado por meio da inovação tecnológica, mas também recorrendo à reciclagem.

Estima-se que até 2040 a reciclagem de cobre, lítio, níquel e cobalto de baterias que atinjam o fim de sua vida útil poderia compensar cerca de 10% das necessidades desses minerais para produzir energia limpa.