Por que mesmo sendo o 4º maior consumidor do mercado de beleza, clínicas de estética do Brasil não sobrevivem mais que dois anos?

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Segundo pesquisa realizada pelo Euromonitor International, o Brasil é o quarto maior mercado de beleza e cuidados pessoais do mundo, ficando atrás somente dos Estados Unidos, China e Japão. O levantamento aponta também que o faturamento deste setor no Brasil atingiu a marca de R$ 29,62 bilhões de dólares em 2019 e segue crescendo ano a ano.

Com números tão impactantes, por qual motivo as clínicas de estética abertas no país não conseguem ter uma vida mais duradoura do que dois anos? Essa pergunta foi respondida pelo especialista em neurolinguística e mentor empresarial Gustavo Medeiros. O motivo inicial desse curto período de vida, segundo ele, é a ilusão. Ele explica:

“A ilusão é sobre o querer ganhar dinheiro rápido, ou seja, encurtar o período de retorno de investimentos. Isso porque muitos, pelo fato desse ser um mercado extremamente promissor e onde os investimentos são muitos, acreditam que o retorno financeiro desse é instantâneo, veloz. Só que quem entra com essa cabeça está caminhando de forma errada. É um mercado extremamente promissor, mas é igual a qualquer outro. O retorno leva um certo tempo para chegar”, explicou.

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Segundo Gustavo, por conta disso, muitos empresários simplesmente acabam, figurativamente, “quebrando a cara”. O mentor diz que a ilusão em grau elevado sobre essa fantasiosa visão de que tudo é muito fácil ocasiona frustrações em períodos mais curtos também. “O que acontece: o empreendedor entra achando que vai ganhar dinheiro muito rápido e aí na primeira crise, normal em todo início de caminhada empresarial, ele acaba se decepcionando de forma mais grave”, falou.

“Entram sem clareza, sem conhecimento de uma série de pontos da gestão financeira e comercial e aí percebem que os desafios do mercado são bem maiores e fazem necessário um fluxo de caixa bem mais regular entre entradas e saídas. Então junto com essa frustração vem outra coisa muito perigosa para a atividade empresarial: o desânimo”, emendou.

Também conforme Gustavo, cerca de 70% dos empreendedores brasileiros possuem muito mais coragem do que conhecimento de gestão. Ou seja, investem na clínica buscando um faturamento bem maior do que o natural e isso não acontece. “Tudo isso que falei funciona como ingredientes de uma receita punitiva, que são jogados dentro de uma espécie de liquidificador e somados resultam nesse curto tempo de vida da maioria das clínicas de estética do país, mesmo ele sendo o quarto maior consumidor deste mercado”, lamentou.

Dr. Fabiano de Abreu Agrela Rodrigues, Colunista do Cenário MT é um Pós-doutor e PhD em neurociências eleito membro da Sigma Xi, The Scientific Research Honor Society e Membro da Society for Neuroscience (USA) e da APA - American Philosophical Association, Mestre em Psicologia, Licenciado em Biologia e História; também Tecnólogo em Antropologia com várias formações nacionais e internacionais em Neurociências e Neuropsicologia. É diretor do Centro de Pesquisas e Análises Heráclito (CPAH), Cientista no Hospital Universitário Martin Dockweiler, Chefe do Departamento de Ciências e Tecnologia da Logos University International, Membro ativo da Redilat, membro-sócio da APBE - Associação Portuguesa de Biologia Evolutiva e da SPCE - Sociedade Portuguesa de Ciências da Educação. Membro Mensa, Intertel e Triple Nine Society, sociedades de pessoas com alto QI.