Os mitos sobre a obesidade

Fonte: CENÁRIOMT

Os mitos sobre a obesidade
Os mitos sobre a obesidade

É um problema rotundo, que afeta 1,9 mil milhões de adultos e praticamente triplicou no mundo desde 1975, segundo dados recentes da Organização Mundial de Saúde (OMS). Além de todos os problemas que cercam, há ainda os mitos sobre a obesidade.

Os quilos a mais até podem nem ser para todos, mas o sofrimento associado à obesidade sim. Cabe-nos evitar esse peso extra com falsas verdades que não ajudam ninguém. Conheça os mitos sobre a obesidade:

Só é preciso ter força de vontade

A ser verdade, não teríamos a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) a estimar que o número de pessoas obesas no mundo – na ordem dos 830 milhões, a avaliar por um relatório de 2019 – já terá superado o número daquelas que sofrem de fome. Igualmente preocupante é o facto de a Organização Mundial de Saúde calcular que esta epidemia é responsável pela morte de cerca de três milhões de obesos todos os anos.

Ser gordo depende de escolhas, não é doença

É mais uma crença (e um apontar de dedo) de quem nunca se debateu com a dificuldade de controlar tudo o que come, a cada instante, numa luta inglória com os alimentos. E isto quando a Associação Médica Americana considera, sim, a obesidade como uma doença desde 2013. Com a Sociedade Britânica de Psicologia a vir acrescentar que não, não se trata de uma escolha, ao contrário do que pensam 36% dos médicos e 46% dos enfermeiros que lidam com o flagelo, segundo um estudo realizado em 2018 pelo portal de saúde Medscape.

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“Excesso de peso resulta da combinação complexa de fatores biológicos e psicológicos com influências ambientais e sociais, nunca da falta de força de vontade como causa única”, sublinha a pesquisa.

Obesidade não é uma questão de genética

Há mais fatores envolvidos na equação, naturalmente. Porém, a ciência tem identificada esta relação entre genética e obesidade desde a década de 90, validada por estudos recentes que sustentam que pessoas com tendência genética para serem obesas correm maior risco de terem um elevado índice de massa corporal (IMC, calculado com base na altura e peso de cada um).

“Hoje em dia, a predisposição genética faz com que um norueguês de 35 anos e altura regular tenha, em média, mais 6,8 quilos do que os seus pares protegidos geneticamente”, disse em entrevista à BBC a investigadora Maria Brandkvist, especialista em peso e genética da Universidade Norueguesa de Ciência e Tecnologia.

Peso acima da média nunca é saudável

Apesar de se aceitar que o excesso de peso está diretamente associado a doenças crónicas mais ou menos graves (a ciência comprova-o), uma nova linha de investigação tem vindo a questionar se a obesidade é sempre nociva para a saúde, sem exceções. Isto porque um grande estudo de 2012 sobre o tema, conduzido pela Sociedade Europeia de Cardiologia, revelou o que os especialistas consideram ser um paradoxo da obesidade: indivíduos que são obesos mas metabolicamente saudáveis, sem maior risco de desenvolverem cancro ou doença cardiovascular do que pessoas com peso normal. Mais intrigante ainda aos olhos dos cientistas é o facto de não terem o colesterol alto nem hipertensão, o que sugere que cada gordinho é um caso, com um prognóstico único.

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