Brumadinho, em Minas Gerais, enfrenta novo alerta relacionado à segurança de barragens de rejeitos. A Agência Nacional de Mineração (ANM) identificou dez famílias vivendo em área de risco ligada à Barragem BA1, que atende a uma mina da Emicon Mineração e Terraplanagem Limitada.
A barragem, anteriormente classificada como Risco Emergencial 1, teve seu nível de alerta elevado para Emergencial 2. Essa reclassificação ocorreu em acordo com órgãos como Ministério Público Federal, Ministério Público de Minas Gerais, Defensoria Pública estadual, Fundação Estadual do Meio Ambiente (FEAM) e a prefeitura local.
A ANM detectou condições de estabilidade marginal, mas ressaltou que os estudos geotécnicos até o momento não são conclusivos, o que motivou a contratação de uma empresa independente para nova análise. A elevação do nível de emergência foi adotada como medida preventiva para proteger as famílias na Zona de Autossalvamento.
Apesar do alerta, as avaliações descartam risco iminente de rompimento, permitindo uma evacuação organizada e planejada.
No sistema georreferenciado da ANM, a BA1 consta como barragem de risco elevado, com volume atual de 914.500 metros cúbicos e altura máxima de 37 metros. Esta barragem não integra o complexo onde ocorreu o desastre de 2019, que causou 270 mortes e impactos ambientais no Rio Paraopeba.
Dados da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) apontam que, em junho, Minas Gerais tinha 24 barragens com nível de alerta ou emergência acionados, com um total de 1 milhão de metros cúbicos de rejeitos. O estado ainda registra 77 barragens em níveis de emergência, incluindo 69 no Nível 1, sete no Nível 2 e duas no Nível 3 — onde há risco maior de colapso, como as barragens Serra Azul e Forquilha III.
Das 97 barragens brasileiras em níveis de alerta ou emergência, 33 estão em Minas Gerais, o estado com maior número nessas condições. Mato Grosso aparece em seguida, com 19 barragens, seguido por São Paulo, Amapá e Bahia.
Segundo o grupo de estudos da UFMG, 55 dessas barragens apresentam potencial alto de dano, evidenciando a importância da vigilância constante e das medidas preventivas adotadas pelas autoridades.