O Rio de Janeiro quer se consolidar como a principal referência brasileira em inteligência artificial nos próximos cinco anos. A meta foi anunciada pelo prefeito Eduardo Paes, que assinou um memorando com órgãos públicos e empresas privadas para viabilizar o projeto Rio AI City, um hub de data centers no Centro Metropolitano, na Barra da Tijuca. A iniciativa busca atrair empresas de tecnologia e IA, contando com suporte do governo federal para criar um ambiente regulatório favorável.
Durante o seminário no BNDES, Paes detalhou planos para alcançar uma capacidade energética de até 1,8 GW em 2028 e 3 GW em 2032. Ele destacou a infraestrutura local, incluindo cabos submarinos que conectam o Brasil a outros continentes, capital humano qualificado e a presença de universidades e centros de pesquisa como o IMPA. Além disso, o ISS Tech, imposto municipal com alíquota reduzida de 5% para 2%, busca tornar o Rio mais atrativo para empresas do setor.
A parceria reúne BNDES, Finep, ministérios federais e a Eletrobras, que assegura o fornecimento de energia limpa aos futuros data centers. A ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos, defendeu investimentos robustos, lembrando que o Plano Brasileiro de IA prevê R$ 23 bilhões até 2028. Segundo ela, dominar a tecnologia é crucial para a soberania nacional e para enfrentar desafios sociais e econômicos.
Esther Dweck, ministra da Gestão e Inovação em Serviços Públicos, reforçou a necessidade de articulação entre setores público e privado. Ela destacou o trabalho para unificar bancos de dados governamentais e criar uma infraestrutura nacional de dados. A ministra afirmou que a IA brasileira deve ser inclusiva, soberana e centrada nas pessoas, ampliando o acesso aos serviços públicos e fortalecendo a democracia.
O BNDES, por sua vez, já destinou R$ 1 bilhão desde 2023 para fomentar hardwares, data centers e software, além de investir R$ 763 milhões em empresas do setor. O banco planeja criar um fundo específico para IA e data centers com aporte inicial entre R$ 500 milhões e R$ 1 bilhão, podendo chegar a R$ 5 bilhões com investidores privados. Segundo o diretor Nelson Barbosa, a expectativa é selecionar o gestor ainda este ano para operar em 2026, com foco no crescimento de pequenas e médias empresas brasileiras.
Nesta terça-feira, o BNDES também aprovou um financiamento de R$ 100 milhões para a BRQ Digital Solutions, empresa paulista que atua com IA em diversos setores e pretende gerar 60 empregos qualificados em pesquisa e inovação.