Notícia falsa!! Pfizer não causa coágulos

Fonte: R7

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Circulam nas redes sociais nos últimos dias informações que alegam que a agência reguladora de medicamentos dos Estados Unidos, a FDA (Food and Drug Administration), “finalmente” admitiu que a vacina contra a Covid-19 desenvolvida pela Pfizer/BioNTech está ligada à coagulação do sangue. Trata-se, todavia, de notícia enviesada e que distorce um estudo científico.

A informação foi publicada pelo site The Epoch Times, conhecido nos Estados Unidos pela disseminação de notícias falsas que alimentam grupos antivacinas mundialmente.

De acordo com a openDemocracy, uma plataforma de mídia independente, o site tem divulgado informações “falsas ou enganosas” desde o início da pandemia de Covid-19, além de supostos perigos das vacinas, que ganharam muito espaço em diversos países.

“O Epoch Times desempenhou um papel notável na transmissão e amplificação de muitas narrativas antivacinas”, disse Raquel Miguel, pesquisadora da organização de monitoramento EU DisinfoLab, ao openDemocracy.

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O assunto viralizou no Twitter após uma publicação de dois irmãos, Hodgetwins, que se descrevem como “comediantes e conservadores”.

“Então, finalmente a FDA vem dizer que a vacina da Pfizer contra a Covid causa coágulos sanguíneos? Apenas dois anos depois!”, escreveram.

O post ganhou ainda mais repercussão depois de ser respondido pelo dono do Twitter, Elon Musk, que alimentou a ideia conspiratória. “Muito virá à luz quando Fauci perder poder”, disse.

Anthony Fauci é um imunologista que chefiou o Instituto Nacional de Alergia e Doenças Infecciosas durante 35 anos e agora é conselheiro médico chefe do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden. Ele anunciou recentemente que deve deixar o governo neste mês.

Fauci era constante alvo dos ataques do ex-presidente dos EUA Donald Trump em ações de combate à pandemia de Covid-19.

O texto do The Epoch Times se baseia em um estudo científico publicado na revista Vaccine, em 1º de dezembro, cujo objetivo era apresentar “um sistema de alerta precoce representativo nacionalmente que pode expandir a base de conhecimento de segurança para aumentar a confiança do público e informar a tomada de decisões sobre segurança de vacinas por agências governamentais, profissionais de saúde, partes interessadas e o público”.

Para isso, os pesquisadores analisaram dados de 17,4 milhões de idosos acima de 65 anos vacinados contra a Covid-19 que constavam no banco de dados dos Serviços Medicare e Medicaid dos EUA.

“Realizamos testes sequenciais semanais e geramos razões de taxas (RR) de resultados observadas em comparação com taxas históricas (ou esperadas) antes da vacinação contra a Covid-19”, explicam os autores.

Os cientistas buscaram criar dados estatísticos para algumas possíveis complicações, incluindo EP (embolia pulmonar), IAM (infarto agudo do miocárdio), CID (coagulação intravascular disseminada), PTI (trombocitopenia imune).

“Após uma avaliação mais aprofundada, apenas o RR para EP ainda atingiu o limite estatístico para um sinal; no entanto, os RRs para IAM, CID e PTI não o atingiram”, complementam os pesquisadores.

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Apenas a embolia pulmonar atingiu o limite estatístico. Isto significa que, os números analisados de idosos vacinados que tiveram infarto agudo do miocárdio, coagulação intravascular disseminada e trombocitopenia imune não tiveram uma média superior aos dados históricos antes da pandemia.

Redatora do portal CenárioMT, escreve diariamente as principais notícias que movimentam o cotidiano das cidades de Mato Grosso. Já trabalhou em Rádio Jornal (site e redação).