Mulheres denunciam golpe de agência de modelos em Brasília

Grupo de mulheres do Distrito Federal acusa uma agência de modelos de aplicar um suposto golpe, após prometer trabalhos que nunca aconteceram.

Fonte: CenárioMT

Mulheres denunciam golpe de agência de modelos em Brasília
Mulheres denunciam golpe de agência de modelos em Brasília - Foto: Bruno Peres/Agência Brasil

Um grupo de mulheres do Distrito Federal acusa a agência de modelos Brain de aplicar um suposto golpe. As vítimas relatam que pagaram valores que chegam a R$ 5 mil para integrar o casting da empresa e ter acesso a trabalhos como modelo, mas os serviços prometidos nunca aconteceram.

Uma das vítimas, identificada como Ana*, de 28 anos, contou que recebeu o convite por rede social e acreditou na proposta. Após pagar cerca de R$ 2 mil, ela teve apenas um trabalho, que seria para uma loja de óculos, mas o cachê foi abatido da dívida com o agenciador. “Me senti enganada. Nunca mais teve trabalho nenhum”, afirmou.

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Casos semelhantes levaram outras mulheres a criarem um grupo em um aplicativo de mensagens chamado “Enganados pela Brain”. Pelo menos dez delas ingressaram com uma ação cível, que soma aproximadamente R$ 53 mil, pedindo a devolução dos valores e a rescisão contratual. A advogada do grupo, Amanda Cristina Barbosa, informou que a agência tem prazo para apresentar defesa.

Outra vítima, Iara*, de 25 anos, relatou que foi abordada nas redes sociais e recebeu promessas de trabalhos mensais, além de elogios sobre o perfil dela. Após pagar R$ 1,3 mil, nunca foi chamada para nenhuma seleção. Ela disse ainda que representantes da empresa sugeriram pagar mais R$ 5 mil para “comprar seguidores” e aumentar suas chances de contratação, proposta que recusou.

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Teresa*, também de 25 anos, contou que pagou R$ 5 mil por um contrato que incluía trabalhos para ela e o filho de 8 anos. Depois de uma única sessão de fotos, não recebeu mais convites.

Uma ex-funcionária da Brain confirmou à Agência Brasil que era comum a captação de supostos modelos sem que houvesse retorno profissional. Segundo ela, havia metas diárias de abordagem e a orientação era “elogiar muito as pessoas” para convencê-las. “Isso é uma furada”, declarou.

Especialistas afirmam que o caso pode configurar crime de estelionato. O advogado criminalista Jaime Fusco explicou que as vítimas devem registrar denúncia na polícia e acionar o Ministério do Trabalho.

A defesa da agência Brain, representada pelo advogado Marcos Albrecht, nega as acusações e afirma que não há garantia de trabalho nos contratos assinados. Em nota, a empresa disse refutar “qualquer alegação de engano” e afirmou não ter sido notificada sobre processos judiciais.

A Brain negou ainda a existência de metas diárias para captação de modelos e disse que a sugestão sobre “comprar seguidores” foi, na verdade, uma publicação interna com orientações para estratégias legítimas de crescimento digital. A empresa declarou que atua desde 2017 e nunca recebeu queixas semelhantes, destacando que mantém parcerias com marcas, como a loja Oculum, para a produção de campanhas publicitárias.

*Nomes fictícios foram utilizados para preservar a identidade das entrevistadas.

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Gabriela Cordeiro Revirth, independente jornalista e escritora, é uma pesquisadora apaixonada de astrologia, filmes, curiosidades. Ela escreve diariamente para o Portal de Notícias CenárioMT para partilhar as suas descobertas e orientar outras pessoas sobre esses assuntos. A autora está sempre à procura de novas descobertas para se manter atualizada.