Mãe será indenizada após hospital no ES induzir aborto achando que bebê estava morto

Fonte: G1

Mae sera indenizada apos hospital no ES induzir aborto achando que bebe estava morto
Mãe será indenizada após hospital no ES induzir aborto achando que bebê estava morto

Uma mãe será indenizada em R$ 40 mil por danos morais após ser submetida a um procedimento de aborto após um diagnóstico errado que dizia que o bebê estava morto dentro do útero da mulher. O caso aconteceu durante um exame no Hospital Materno Infantil Francisco de Assis (Hifa), em Guarapari, que atende pacientes de forma particular e pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

A decisão que condena o hospital e o município ao pagamento é do juiz Gustavo Marçal da Silva e Silva, Vara da Fazenda Pública Estadual, Municipal, Registros Públicos e Meio Ambiente, e foi divulgada nesta quarta-feira (9) pelo Tribunal de Justiça do Espírito Santo (TJ-ES).

“Não se pode negar que o erro de diagnóstico que apontou a morte do feto e deu ensejo à adoção de precoce e inadequado procedimento abortivo traduz não apenas falha na prestação do serviço do HIFA como ainda situação que encarna muito mais do que mero percalço”, disse o juiz em um dos trechos de sua decisão.

A mulher entrou com ação de indenização por danos morais e materiais contra o hospital e o município em 2019, quando o bebê estava com poucos meses de vida, e o resultado saiu na última quinta-feira (3).

[Continua depois da Publicidade]

O segundo pedido, de danos materiais, foi julgado improcedente porque a justiça entendeu que não houve a devida comprovação.

Nelson Braga de Morais, advogado da mãe, disse que apesar de a menina – hoje com quatro anos – apresentar sequelas neurológicas e físicas, a cliente está satisfeita com a sentença.

“A posição da autora é de satisfação em relação ao valor fixado pelo magistrado na sentença. É bem provável que haverá recurso, porém em primeira instância já há o reconhecimento de que o procedimento adotado no atendimento não fora realizado de forma correta”, disse o advogado.

A Prefeitura de Guarapari informou que o município ainda não foi intimado oficialmente da sentença e irá aguardar o processo para fazer as avaliações necessárias.

Gestante foi informada que bebê estava morto e submetida a procedimento de aborto com 21 semanas

Consta no processo que, durante a gravidez que transcorria normalmente, a paciente já na metade da gestação, com 21 semanas, teria sido informada em uma das consultas que tinha sido constatada uma anomalia no bebê e sua bolsa havia rompido.

“Depois da realização de exame com sonar, o hospital teria relatado que o bebê estaria morto, pois não ouviram o coração dele bater. Já internada, a equipe do hospital teria lhe aplicado dez comprimidos de medicamento para indução do parto, contudo, no dia seguinte a gestante sentiu o neném chutar”, informou o TJ-ES.

Ainda segundo os autos do processo, a então gestante teve ainda injetados oito compridos em sua vagina, também na tentativa de indução do parto e depois passou mal, apresentando uma febre de 40°C.

Redatora do portal CenárioMT, escreve diariamente as principais notícias que movimentam o cotidiano das cidades de Mato Grosso. Já trabalhou em Rádio Jornal (site e redação).