A família da brasileira Juliana Marins decidiu pelo sepultamento em vez da cremação para garantir a preservação de eventuais provas, mesmo após autorização judicial para realizar a cremação, que era o desejo dela.
O velório aconteceu no Cemitério Parque da Colina, em Niterói, com uma parte aberta ao público pela manhã e uma cerimônia reservada a familiares e amigos antes do sepultamento. O pai de Juliana, Manoel Marins, agradeceu o apoio nacional e o trabalho da Embaixada do Brasil na Indonésia e dos voluntários no resgate. Ele também cobrou explicações sobre a demora no socorro, que pode ter contribuído para a morte da filha, já que o acidente ocorreu em 21 de junho e o resgate só foi concluído em 24 de junho, quando Juliana já havia falecido.
Em pronunciamento emocionado, Manoel criticou a infraestrutura de resgate no país asiático, classificando o ocorrido como resultado de despreparo, descaso e negligência. Ele destacou que a Indonésia, por ser um destino turístico conhecido, deveria ter melhores protocolos para situações de emergência.
Assim que o corpo retornou ao Brasil, foi realizada uma nova autópsia no Instituto Médico-Legal Afrânio Peixoto, no Rio de Janeiro. O exame foi solicitado pela família, que contesta o laudo dos legistas indonésios, segundo o qual Juliana morreu por hemorragia interna decorrente de trauma contundente. O resultado preliminar do novo exame deverá ser divulgado em até sete dias.
Em meio à dor, o pai relembrou o jeito doce e alegre da filha e declarou sentir uma saudade que não sabe se um dia vai diminuir, ressaltando que ela permanecerá viva espiritualmente e no coração da família.