Brics pode redefinir a ordem mundial, afirma embaixador do Irã

Representante iraniano no Brasil destaca que bloco tem potencial para enfrentar as falhas da atual estrutura global.

Fonte: CenárioMT

Brics pode redefinir a ordem mundial, afirma embaixador do Irã
Brics pode redefinir a ordem mundial, afirma embaixador do Irã - Foto: Brics/Divulgação

O embaixador do Irã no Brasil, Abdollah Nekounam, afirmou nesta quinta-feira (26) que os países integrantes do Brics devem contribuir ativamente para uma nova ordem internacional. Segundo ele, o grupo tem papel relevante em corrigir falhas estruturais que impactam negativamente o equilíbrio global.

Durante entrevista concedida na embaixada iraniana, em Brasília, o diplomata agradeceu ao governo brasileiro e aos membros do Brics pelas manifestações contrárias aos ataques de Israel e dos Estados Unidos contra instalações nucleares do Irã. Para Nekounam, essas declarações são importantes, mas é necessário ir além.

“O Brics não existe somente para publicar declarações, mas para criar esse novo caminho. O papel do bloco, nesse âmbito, é colocar em ordem o que está faltando na ordem internacional”, declarou.

Ele ressaltou ainda que os países-membros têm condições de atuar frente às incapacidades globais e que essa disposição demonstra que o Brics caminha em uma direção positiva, alinhada com a necessidade de mudanças estruturais.

Presença na cúpula

Questionado sobre a participação do recém-eleito presidente iraniano, Masud Pezeshkian, na cúpula do Brics em julho, no Rio de Janeiro, Nekounam limitou-se a dizer que o evento “segue dentro da programação” e que a delegação iraniana está conduzindo os preparativos normalmente.

Suspensão de inspeções

O embaixador confirmou também que o Irã vai suspender temporariamente as inspeções da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) em suas instalações nucleares. A medida, segundo ele, é parte do exercício da soberania nacional.

“Sabemos que há informações sobre nossos programas e também sobre os cientistas nucleares. Faz parte da soberania de um país proteger seus dados e seus profissionais”, concluiu.