Apib quer projetos territoriais na Amazônia afetada pelo narcotráfico

Indígenas defendem ainda proteção dos territórios das comunidades, demarcação de terras indígenas e luta no combate à crise climática.

Fonte: Pedro Peduzzi - Enviado especial - Belém

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© Marcelo Camargo/Agência Brasil

No evento Diálogos Amazônicos, realizado em Belém, a Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib) quer, além da proteção dos territórios das comunidades, o fortalecimento de projetos de gestão territorial afetados pelo narcotráfico.

Segundo o coordenador executivo da entidade, Kleber Karipuna, que participa do evento prévio à Cúpula da Amazônia, as propostas preparadas para serem entregues aos oito chefes de Estado que participarão da Cúpula da Amazônia, a partir do dia 8 de agosto, já representam um cenário de “novos tempos” para os povos indígenas.

“Daqui para a frente, a Cúpula poderá ser o evento alavancador de propostas, debates e novos espaços de diálogo, caso essas propostas façam sentido para as realidades dos povos indígenas brasileiros”, disse ele à Agência Brasil. “Temos grandes expectativas e estamos articulando estratégias com as lideranças e organizações indígenas e parceiras para levar protagonismo e as pautas indígenas para esses espaços”, acrescentou.

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Karipuna disse que as expectativas são positivas, pois representam oportunidade de levar as pautas indígenas aos espaços de poder. “É um espaço fundamental para proporcionar o debate das propostas e discussões relacionadas aos povos indígenas dos países amazônicos e apresentá-las aos presidentes da Bacia Amazônica, incluindo a Guiana Francesa”.

Durante os debates, a Apib tem defendido, conforme ele, a proteção dos territórios amazônicos; o fortalecimento dos projetos de gestão territorial, principalmente, nas regiões de fronteira que têm sido afetadas pelo avanço do narcotráfico. “Além disso, posso citar também a pauta climática”.

Karipuna lembrou que, em abril, os povos indígenas decretaram emergência climática durante o Acampamento Terra Livre, em Brasília. “A Apib vai continuar reforçando a importância das demarcações de terras indígenas e da derrubada da tese do marco temporal no combate à crise climática”, afirmou.

“Teremos, em breve, a COP30 no Brasil. É necessário que a gente continue presente, protagonizando e apresentando as pautas do movimento indígena em eventos como esse, bem como avançando nas políticas que garantam os direitos dos povos originários”, complementou.

Edição: Carolina Pimentel

Atualmente, trabalha na equipe do portal CenárioMT, produzindo conteúdo sobre economia, esportes e direitos da população brasileira, gosta de assistir séries, filmes de ação e de videogames. Editor também em conteúdos regionais, sempre atento as tendências que o internauta procura para ficar bem informado.